metropoles.com

Modelos negras sofrem ataques racistas: “Quando será o Beleza Branca?”

Nas redes sociais, internautas indagaram a legitimidade do nome do projeto e chegaram a comparar as moças a “jacas” e “gravetos”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Instagram
Mulher desfilando com calça jeans, bone e tope- Metrópoles
1 de 1 Mulher desfilando com calça jeans, bone e tope- Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

Em posts divulgando a 15ª edição do Desfile Beleza Negra, que ocorrerá no Centro Olímpico da Cidade Estrutural, nesse sábado (28/5), modelos receberam ataques racistas e preconceituosos nas redes sociais. Nos comentários, internautas indagaram a legitimidade do nome do projeto e chegaram a comparar as moças a “jacas” e “gravetos”.

“Quando será o Beleza Branca? Ou não pode?”, indagou um homem. “A primeira é igual uma pérola. A segunda igual uma jaca. A terceira me lembra um graveto”, comentou outro.

Para Maria Ulhôa, de 41 anos , uma das modelos atacadas, situações como essa abalam e mexem com a estrutura de qualquer um. “Tive vontade de desistir, chorei ao ler tamanho preconceito, vivo em uma sociedade que ser mulher, negra e gorda é motivo para os outros quererem nos diminuir e ridicularizar”, declarou emocionada.

Nalu Melgaço, de 18 anos, que também foi atacada, informou à reportagem que já passou da hora desse tipo de comportamento acabar. “Não consigo acreditar que em pleno século 21 a gente ainda passe por esse tipo de coisa. Comportamentos como esse são de extrema falta de respeito, além de ser crime”, ressaltou.

10 imagens
Crime imprescritível é aquele que não prescreve, ou seja, que será julgado independentemente do tempo em que ocorreu. No caso do racismo, a Constituição Federal de 1988 determina que, além de ser imprescritível, é inafiançável
O racismo está previsto na Lei 7.716/1989 e ocorre quando pessoas de um determinado grupo são discriminadas de uma forma geral. A pena prevista é de até 5 anos de reclusão
Segundo o advogado Newton Valeriano, “quando uma pessoa dona de um estabelecimento coloca uma placa informando "aqui não entra negro, ou não entra judeu", essa pessoa está cometendo discriminação contra todo um grupo e, dessa forma, responderá pela Lei do Racismo”
Ainda segundo o especialista, “no caso da injúria racial, prevista no Código Penal, a pena é reclusão de 1 a 3 anos, mais multa. Nesses casos, estão ofensas direcionadas a uma pessoa devido à cor e raça. Chamar uma pessoa de macaco, por exemplo, se enquadra neste crime”
Em situações como intolerância racial e religiosa, a vítima deve procurar as autoridades e narrar a situação. “Se o caso tiver sido filmado, é importante levar as imagens. Se não, a presença de uma testemunha é importante”, afirmou Valeriano
1 de 10

No Brasil, os termos racismo e injúria racial são utilizados para explicar crimes relacionados à intolerância contra raças. Apenas o primeiro é considerado imprescritível

Ilya Sereda / EyeEm
2 de 10

Crime imprescritível é aquele que não prescreve, ou seja, que será julgado independentemente do tempo em que ocorreu. No caso do racismo, a Constituição Federal de 1988 determina que, além de ser imprescritível, é inafiançável

Xavier Lorenzo
3 de 10

O racismo está previsto na Lei 7.716/1989 e ocorre quando pessoas de um determinado grupo são discriminadas de uma forma geral. A pena prevista é de até 5 anos de reclusão

Vladimir Vladimirov
4 de 10

Segundo o advogado Newton Valeriano, “quando uma pessoa dona de um estabelecimento coloca uma placa informando "aqui não entra negro, ou não entra judeu", essa pessoa está cometendo discriminação contra todo um grupo e, dessa forma, responderá pela Lei do Racismo”

Dimitri Otis
5 de 10

Ainda segundo o especialista, “no caso da injúria racial, prevista no Código Penal, a pena é reclusão de 1 a 3 anos, mais multa. Nesses casos, estão ofensas direcionadas a uma pessoa devido à cor e raça. Chamar uma pessoa de macaco, por exemplo, se enquadra neste crime”

Aja Koska
6 de 10

Em situações como intolerância racial e religiosa, a vítima deve procurar as autoridades e narrar a situação. “Se o caso tiver sido filmado, é importante levar as imagens. Se não, a presença de uma testemunha é importante”, afirmou Valeriano

FilippoBacci
7 de 10

No caso do racismo, qualquer pessoa pode denunciar, independentemente de ter ou não sofrido a situação. Para isso, basta procurar uma delegacia e relatar o caso. Se for de injúria racial, no entanto, é necessário que a vítima procure pessoalmente as autoridades

LordHenriVoton
8 de 10

Além disso, a vítima também pode pedir uma reparação de danos morais na Justiça

LumiNola
9 de 10

Recentemente, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crime de injúria racial é uma espécie de racismo e, portanto, é imprescritível. Os ministros chegaram ao posicionamento após analisarem o caso de uma idosa que chamou uma frentista de “negrinha nojenta, ignorante e atrevida”

Marcelo Camargo/Agência Brasil
10 de 10

Plenário do Senado Federal

Waldemir Barreto/Agência Senado

Segundo a idealizadora do evento, Dai Schmidt , é inaceitável que alguém seja discriminado por sua cor de pele, estilo de cabelo ou qualquer característica física, pois “a moda não é isso”. ” A nossa proposta com o evento é trazer, a cada edição, mais diversidade e democracia a esse universo”, pontua a mulher que também afirmou que, junto com as outras modelos, denunciaram os ataques aos órgãos responsáveis.

Desfile Beleza Negra

O projeto social, que ocorrerá às 19h deste sábado (28/5), tem como objetivo promover a inclusão do negro no mercado da moda, bem como a luta pelo fim do racismo e de tabus relacionados aos diferentes biotipos.

No evento, 57 modelos apresentarão looks de estilistas e apoiadores do movimento negro. Marcas como Garagem Secreta, que promove moda sustentável, Ferreira e Rosilda Ateliê Noivas apresentarão produções exclusivas para a temporada. Todos os estilistas envolvidos na criação dos looks são negros, reforçando um dos pilares do evento, que é a inclusão do afrodescendente no universo da moda.

4 imagens
bem como a luta pelo fim do racismo e de tabus relacionados aos diferentes biotipos
O evento ocorrerá no Museu Nacional
Marcas como Garagem Secreta, que promove moda sustentável, Ferreira e Rosilda Ateliê Noivas apresentarão produções exclusivas para a temporada
1 de 4

O projeto social tem como objetivo promover a inclusão do negro no mercado da moda

Reprodução/ Instagram
2 de 4

bem como a luta pelo fim do racismo e de tabus relacionados aos diferentes biotipos

Reprodução/ Instagram
3 de 4

O evento ocorrerá no Museu Nacional

Reprodução/ Instagram
4 de 4

Marcas como Garagem Secreta, que promove moda sustentável, Ferreira e Rosilda Ateliê Noivas apresentarão produções exclusivas para a temporada

Reprodução/ Instagram

O evento é apoiado pelo ator Lázaro Ramos. Veja vídeo:

Nesta edição, o público poderá assistir ao desfile desde que apresente a carteira de vacinação contra a Covid-19 para ter acesso ao espaço.

O projeto conta com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC), Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, 3M Casting, entre outras empresas, e é organizado pelo Beco da Coruja e produzida pelo Instituto Janela das Artes.

Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?