Mistério cerca morte e desaparecimento de 10 gatos na Rua do Sossego
Desde domingo (15/5), vários bichanos têm sido encontrados no mesmo estado: sem vida e com uma espuma saindo da boca
atualizado
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Moradores da Rua Sossego, localizada na QR 1-A de Candangolândia, estão intrigados com um mistério que ronda a morte e desaparecimento de vários gatos na região. Desde domingo (15/5), vários animais têm sido encontrados do mesmo jeito: sem vida e com uma espuma saindo da boca, o que leva a crer que está havendo um envenenamento em massa.
As contas da vizinhança não cravam o número total de animais mortos. O entendimento geral é que pelo menos cinco já foram encontrados sem vida na rua enquanto outros cinco estão desaparecidos há algum tempo. Os bichanos são tanto gatos de rua quanto domésticos.
Segundo a servidora pública Ângela Cristina, 57 anos, uma das moradoras da rua, este é um local que tem uma circulação muito grande de felinos. “Moro aqui há muitos anos e sempre os vi. Não dá para dizer que não incomodam, pois incomoda. Sobem no carro, entram em casa… Mas não é porque eu não gosto que vou matar. Peguei essência de eucalipto, botei no carro, e nunca mais subiram”, afirma.
Ela é dona de um dos gatos que apareceram mortos na Rua do Sossego ao longo da semana, o jovem Espectro, de 3 anos. “Ele nem miava, não gostava de contato, perturbava ninguém. No dia ele chegou a ir na casa de uma vizinha e fiquei tranquila. No fim da tarde ela me ligou falando que tinha morrido”, lamenta.
Revoltada com a situação, Ângela registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e espera que haja uma investigação sobre o que está acontecendo.
Os vizinhos também estão com medo. A empreendedora Luana Chaves, 41, conta que há uma suspeita geral de quem seria a pessoa responsável pelos supostos envenenamentos, mas ainda não é possível confirmar a autoria. “A gente não está acusando ninguém, mas gostaria que houvesse uma apuração”, diz.
Dona de dois cachorros, ela diz que não deixa mais os animais passearem pela rua. “É um alerta para nossos bichos. Não podemos mais soltá-los. Vai que eles passam por onde o gato morreu, passam a língua e pegam o veneno também”, teme.
Quem também passou a tomar os mesmos cuidados é a aposentada Sandra Maia, 61. Acostumada a resgatar animais na rua, ela tem cinco gatos e quatro cachorros em casa além de alimentar os que aparecem na região. “Moro aqui há três anos e nunca vi tantos morrerem assim de repente. Não deixo mais os meus darem volta”, reforça.
Autor do crime pode pegar de 2 a 5 anos de prisão
Segundo Ana Paula Vasconcelos, integrante da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil seccional DF (OAB-DF), é importante que, em casos como este, seja feito o registro da ocorrência e se busque realizar a necropsia no corpo do animal, para atestar o envenenamento. “A Polícia Civil tem conseguido chegar aos autores destes crimes. São de 2 a 5 anos de reclusão e ainda há o pagamento de multa”, diz.
Esse tipo de caso tem se tornado comum em alguns lugares do DF. “Muitas pessoas acham que o jeito de se resolver é com extermínio, mas não pode ser assim. A castração é o método de diminuir a população sem cometer esse crime horrível”, sugere Vasconcelos.
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