Ministério da Saúde descarta 2 casos de variante investigados no DF
No entanto, o demonstrativo de linhagens da Fiocruz segue indicando a presença de cinco variantes do vírus na capital do país
atualizado
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O Ministério da Saúde (MS) revisou os casos de variantes da Covid-19 detectados no Distrito Federal em 16 de fevereiro. Em nota desta terça-feira (23/2), a pasta informou que, após investigação, os casos que eram apontados como sendo no DF são, na verdade, do estado de Goiás.
“Após investigação epidemiológica foi constatado que dois casos anteriormente informados como sendo do Distrito Federal são de Goiás, uma vez que os pacientes são residentes de cidades deste estado”, destacou o governo federal.
Não foram dados detalhes sobre as investigações. A variante britânica do vírus, a B.1.1.7, foi detectada em Luziânia e Valparaíso, cidades goianas localizada na chamada região do Entorno do Distrito Federal.
Apesar disso, o demonstrativo de linhagens e genomas Sars-Cov-2 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), segue indicando a presença de cinco variantes de Covid no DF e de 10 em todo o estado de Goiás.
Veja:
Acionados pela reportagem, a Fiocruz e a Secretaria de Saúde ainda não se manifestaram sobre o novo informe do Ministério da Saúde.
Mutações e apuração
De acordo com a tabela de dados da Fiocruz, as variantes B, B.1.1.314, B.1.1.33, B.1.1.7, P.2 identificadas no DF foram encontradas a partir de amostras enviadas à instituição.
A Rede Genômica da Fiocruz contém dados baseados em estudos de pesquisadores que analisam genética e genoma de diferentes organismos. Esse banco internacional aberto, chamado de GSAID aponta que circulam no DF as variantes do coronavírus oriundas de mutações que surgiram no Reino Unido (B.1.1.7) e no Rio de Janeiro (P2).
A B.1.1.33 é a linhagem mais comum, que circula em território nacional desde março e a B.1.1.314 é uma variante dela. A variante B, como denomina a Fiocruz é a original, vinda da China.
O Ministério da Saúde enviou nesta terça-feira uma nova nota técnica para os estados e o Distrito Federal, com informações sobre as novas variantes identificadas até o momento. O documento orienta ainda medidas que devem ser adotadas e intensificadas pelas secretarias de saúde estaduais, a fim de monitorar e evitar a propagação das novas variantes no país.
Ainda conforme o ministério, os sequenciamentos genéticos e outras análises complementares para o vírus SARS-CoV-2 são realizados pelos Centros de Referência de Influenza, que são três laboratórios de saúde pública no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (RJ), Instituto Adolfo Lutz (SP) e Instituto Evandro Chagas (PA).
“Além desses, outros laboratórios públicos e privados, no Brasil, também realizam apoiam as análises e sequenciamento em suas linhas de pesquisa. Por isso, muitos resultados podem ter sido notificados apenas aos municípios ou estados ou, até mesmo, ainda não terem sido notificados a nenhum ente do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo depositados apenas em sites abertos de sequenciamento genômico”, acrescentou o Ministério da Saúde.
Acionados pela reportagem, a Fiocruz e a Secretaria de Saúde ainda não se manifestaram sobre o novo informe do Ministério da Saúde.
Situação no país
Até agora, 204 pacientes brasileiros foram identificadas variantes do coronavírus, os dados são até 20 de fevereiro. Mais amostras estão passando por sequenciamento genético diariamente.
A variação britânica foi identificada em 20 casos, nos estados de São Paulo (11), Bahia (6), Goiás (2), Rio de Janeiro (1).
Quanto à variante P.1, que apareceu pela primeira vez no Amazonas, 184 casos foram diagnosticados em 17 estados: Amazonas (60), São Paulo (28), Goiás (15), Paraíba (12), Pará (11), Bahia (11), Rio Grande do Sul (9), Roraima (7), Minas Gerais (6), Paraná (5), Sergipe (5), Rio de Janeiro (4), Santa Catarina (4), Ceará (3), Alagoas (2), Pernambuco (1) e Piauí (1).