“Minha mãe não teve a chance”, diz Helena, 8 anos, ao ser vacinada
Helena, 8 anos, recebeu o imunizante nesta quarta-feira. Ela levou uma foto da mãe, vítima da Covid em outubro do ano passado, em homenagem
atualizado
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A menina Helena Rocha, 8, emocionou pais e outras crianças da fila ao chegar para receber a vacina contra a Covid-19, na manhã desta quarta-feira (19/1), na UBS 1 do Guará. A pequena perdeu a mãe para a doença em outubro do ano passado.
Na fila, Helena já chamava a atenção pela força do depoimento que carregava nas mãos. Ela levou uma foto da mãe com os dizeres: “Eu me vacino! Por mim e por minha mãe, que não teve a chance de se vacinar! Mayara, presente! #nãoésóumagripezinha“.
Mayara morreu aos 33 anos. Ela contraiu o novo coronavírus em julho de 2021 e, após 77 dias internada, não resistiu.
“Temos muito medo dessa doença. Perdemos a nossa filha. Vacinar a Helena é um ato de amor. Ela teve medo, mas foi muito forte e corajosa. É um sentimento de esperança”, diz Rosemary Rocha, 54, avó de Helena e mãe de Mayara.
Rosemary diz que a iniciativa da homenagem foi em conjunto, de toda a família. “Estávamos torcendo para chegar a vez dela. Vamos seguir lutando contra esse vírus”, pontuou a avó da pequena Helena.
O Distrito Federal ampliou a faixa etária contemplada na campanha de vacinação infantil contra Covid-19 e começou a imunizar crianças de 8, 9 e 10 anos na manhã desta quarta.
A mudança se deu devido à baixa procura pelo público de 11 anos e menores com comorbidades e doenças preexistentes, e também pela nova remessa do imunizante especial da Pfizer que chegou ao DF para o público infantil.
Francisco Pussi Cavalcante, 8 anos, foi o segundo da fila a se vacinar na manhã desta quarta.
“Eu estava ansioso. Com a vacina no meu braço, protejo a mim e a minha família. Não doeu nada. O meu irmão, de 11 anos, se vacinou no domingo. Só faltava nós dois”, afirmou Francisco, que comemorou a imunização imitando o atleta jamaicano Usain Bolt.
Pai de Francisco, o professor Luis Edvar Cavalcante Filho, 50, comentou que a expectativa pelo momento era grande. “Ele não teve medo nenhum. O meu sentimento, como pai, é o melhor. Queríamos nos sentir mais seguros. Vencemos uma barreira. Vacinamos eles, antes mesmo de contraírem a doença”, comemorou.
A estudante Isadora Madureira, 8, também recebeu a primeira dose nesta manhã. Ela chegou ao posto por volta das 7h acompanhada de toda a família. Todos choraram muito quando receberam a notícia de que a menina poderia ser vacinada agora.
“É um alívio. Só faltava eu. Não doeu. Agora, vou voltar para a escola presencialmente para conviver com os meus amigos”, celebrou Isadora, que levou plaquinhas ao ponto de vacinação para comemorar a imunização.