metropoles.com

Militar critica cabelo crespo em escola e família reage: “Humilhada”

Estudante da Escola Estadual Cívico-Militar Céu Azul conta que os comentários ocorreram antes das aulas de quarta-feira (10/8)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Material cedido ao Metrópoles
Menina de cabelos crespos e curtos coloca a mão na cabeça e veste blusa cinza
1 de 1 Menina de cabelos crespos e curtos coloca a mão na cabeça e veste blusa cinza - Foto: Reprodução/Material cedido ao Metrópoles

Uma estudante de 15 anos, do primeiro ano da Escola Estadual Cívico-Militar Céu Azul, em Valparaíso (GO), acusa um dos militares que atua na área de disciplina da unidade de humilhá-la. A adolescente disse que o servidor a constrangeu, na frente de todos os colegas, por conta dos cabelos crespos e curtos que ostenta. As falas ocorreram no momento de formação das salas, antes do início das aulas, na última quarta-feira (10/8). A Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc-GO) foi notificada e acompanha o caso.

“Me senti humilhada. Foi na frente de todo mundo, e não gostei de jeito nenhum. Chorei bastante, não estava querendo mais ir para a escola. Ele veio implicando com o meu cabelo, falando que preferia que ele estivesse liso”, lamenta a estudante, que pediu para não ter o nome divulgado. Segundo a vítima, essa perseguição ocorre desde o início do ano, quando interrompeu a escova progressiva e iniciou o processo para voltar aos cabelos cacheados e cheios. Mas essa foi a primeira vez que ocorreu diante de outras pessoas.

3 imagens
Segundo a aluna, o comentário ocorreu, na última quarta-feira (12/8), durante o momento de formação das salas
A Seduc-GO já foi notificada e monitora o caso
1 de 3

Uma estudante de 15 anos acusa um dos responsáveis pela gestão da Escola Estadual Cívico-Militar Céu Azul, localizada em Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal de fazer críticas ao seu cabelo

Reprodução/Material cedido ao Metrópoles
2 de 3

Segundo a aluna, o comentário ocorreu, na última quarta-feira (12/8), durante o momento de formação das salas

Reprodução/Material cedido ao Metrópoles
3 de 3

A Seduc-GO já foi notificada e monitora o caso

Reprodução/Material cedido ao Metrópoles

Depois do incidente, ela voltou para casa e só retornou à unidade no dia seguinte. Na sexta-feira (12/8), a mãe da estudante, a auxiliar de serviço-gerais Givaneide Alcântara da Silva, 40, foi à escola e questionou a direção. Ela conta que outro episódio, da mesma natureza, aconteceu há cerca de dois meses.

“Ele pede para ela passar gel, creme e esse tipo de coisa. Mas o cabelo dela é curto, cacheado e tem que respeitar. Ela não usa o coque porque o cabelo é curto (foto em destaque) e também não consegue colocar atrás da orelha. Também falaram que ela deveria usar presilhas para prendê-lo atrás da orelha, mas ninguém me passou isso”, reclama.

Indignada, a mãe procurou a 2ª Delegacia de Polícia de Valparaíso (CIOPS) e disse que foi instruída, pelos agentes, a entrar com um processo por danos morais no Fórum da cidade contra o responsável pelas falas. Givaneide também deu início aos trâmites.

O que diz a Secretaria

Procurado, o superintendente de Segurança Escolar e Colégio Militar da Seduc-GO, Mauro Vilela, frisou que o colégio militar segue um de padrão de vestimenta detalhado em manual disponibilizado pelo Ministério da Educação.

“Os pais querem muito que os filhos ingressem na escola, mas não querem se adequar ao programa. Quando tem um militar à frente é padrão. Não pode exceder na aparência, tem que ter uma aparência normal”, explica.

No entanto, reprovou a conduta do militar diante da estudante. “Era para chamar os pais e falar que o cabelo precisa ser amarrado, mostrar o manual. É o que deveria ter sido feito, além de passar para o comandante”, analisa. “Se acontecer novamente, a gente retira ele do projeto”, informou sobre o militar em questão.

A reportagem do Metrópoles também conversou com o diretor da escola Major Josafá Martins que afirma não ter visto nada de anormal na abordagem feita pelo militar. O gestor dialogou com os pais da estudante na última sexta-feira (15/8)

“O cabelo dela é realmente curto, só que ela tem que usar presilha. No momento que a mãe matricula o filho na escola cívico-militar, está pregada na secretaria como o cabelo tem que ser. Preso, acima da orelha, com rabo de cavalo, coque. Também é assinado um termo de responsabilidade assumindo todas as normas da unidade”, explica.

O que diz as Diretrizes das Escolas Cívico-Militares

Em consulta às Diretrizes das Escolas Cívico-Militares, não foi possível localizar qualquer menção ao tipo de cabelo utilizado por uma estudante do sexo feminino. Também, a única atribuição mais específica sobre vestimenta atribuída ao Oficial de Gestão Educacional é a de exigir o correto uso de uniformes e a boa apresentação pessoal dos monitores

Veja manual completo:

DIRETRIZES DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES by Felipe Torres on Scribd

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?