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“Meu pai soube viver”, diz filha de bombeiro morto em assalto no DF

José Raimundo Gabriel de Carvalho, 55 anos, foi velado no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga

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Enterro do bombeiro morto durante assalto no DF
1 de 1 Enterro do bombeiro morto durante assalto no DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Familiares, amigos e militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal prestaram, na manhã desta segunda-feira (24/5), as últimas homenagens ao bombeiro vítima de latrocínio (roubo seguido por morte), no último sábado (22/5), em Samambaia.

O corpo de José Raimundo Gabriel de Carvalho, 55 anos, foi velado no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. A despedida, que estava prevista para 9h, começou por volta das 10h15, após a chegada do caixão, na Capela 1 do cemitério. Ele foi levado ao local por um caminhão da corporação.

O militar morreu depois de ter sido atingido por facada e disparos de arma de fogo durante um assalto. Ele estava em uma parada de ônibus quando foi abordado, e foi morto em frente à filha de apenas 3 anos.

Centenas de pessoas estiveram presentes na cerimônia de despedida do militar. Grande parte dos amigos e familiares levaram flores.

Durante o velório, amigos de farda de José Raimundo se emocionaram ao descrever o militar. “Era um cara 100%. Essa é uma perda lastimável. Um homem de bem morto por um ladrão que não tinha nada a perder. Eu era muito amigo do Zé. Estávamos juntos na feira no último domingo, antes do acontecido. Recebi a notícia com profunda tristeza. Perdemos uma pessoa incrível”, frisou o militar da reserva Manoel Francisco, 55.

O primeiro-sargento aposentado Odair José, 61, trabalhou com o bombeiro assassinado e conta que o colega sempre foi um exemplo. “Ficamos lotados no mesmo batalhão por oito anos. Ele era uma pessoa bacana. Sempre disposto. Amava o que fazia. Estamos todos aqui para homenageá-lo como ele merece”, comentou Odair.

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Amigo de vizinhança, Valdenor Domingues Tonhár, 53, também lamentou a perda. “Conversei com ele no sábado mesmo. Jamais poderia imaginar que faleceria horas depois. Estávamos sempre juntos no bar, na região onde moramos, conversando e ajudando uns aos outros em qualquer necessidade. Infelizmente ele não resistiu”, disse o amigo.

Individualmente os militares prestaram continência durante o cortejo fúnebre. No momento do sepultamento, às 11h40, o bombeiro foi homenageado com salva de palmas e tiros. As sirenes dos veículos do CBMDF presentes foram acionadas. Padres que estavam na cerimônia também realizaram uma última prece para José Raimundo.

Muito emocionada, a filha primogênita do militar, Bianca, lamentou a perda do pai durante o sepultamento. “Pode ter certeza de que o orgulho que o senhor tem das suas três filhas, eu tenho de ser sua filha. Sua missão foi cumprida. Pra sempre vou cuidar da nossa família. Levaram você fisicamente. Mas nunca vão conseguir levar o senhor das nossas vidas e dos nossos corações. Eu te amo e sempre te amarei. Meu pai soube viver.”

A esposa do militar também agradeceu a presença de todos na cerimônia de despedida. O militar deixa esposa e três filhas.

Prisão

De acordo com o delegado adjunto da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), Rodrigo Carbone, a vítima estava com a filha e a esposa no momento em que foram deixar a sobrinha em um ponto de ônibus próximo à estação Furnas do Metrô-DF.

Logo após serem acionados para a investigação, agentes da 26ª DP deflagraram a Operação Karma e conseguiram prender o homem acusado de cometer o crime. Com ele, foi encontrada a arma de fogo subtraída da vítima e que havia sido escondida dentro de um colchão localizado num terreno baldio. Na arma do militar que estava com o autor, foi constatada a presença de sangue.

Segundo Carbone, o autor surpreendeu o militar com diversos golpes de faca, conseguiu tomar a arma de fogo dele e, com o objeto da própria vítima, ainda desferiu disparos contra o bombeiro.

O criminoso também acabou alvejado durante a ação.

“Em seguida, o autor fugiu, porém, foi localizado e preso pela equipe de investigação da 26ª DP, logo após o cometimento do crime”, pontuou o delegado.

O crime

José Raimundo Gabriel de Carvalho integrava a reserva remunerada do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e estava lotado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CEFAP), unidade onde também atuou na ativa, como instrutor.

O bombeiro chegou a ser levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu aos ferimentos.

Conforme nota do Corpo de Bombeiros, o Centro de Inteligência da instituição em parceria com a Polícia Militar do DF (PMDF) e a Polícia Civil (PCDF), trabalha para elucidar as circunstâncias em que o fato aconteceu. “A corporação presta à família do militar todo o apoio que é possível neste momento de dor”, informou, por nota.

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