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Metroviários decidem se continuam ou não com greve que já dura 75 dias

Proposta atende parte das reivindicações dos grevistas, mas é criticada por abrir margem para demissões

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1 de 1 greve metrô-df - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

Os metroviários convocaram uma assembleia para as 22h desta segunda-feira (15/07/2019), na Estação Águas Claras. Eles decidirão se colocam ou não fim à greve que já dura 75 dias, a maior da história dos trabalhadores da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF).

Na pauta da assembleia, todos os pontos giram em torno de uma eventual aceitação da proposta do Governo do Distrito Federal (GDF). Caso os grevistas concordem, serão debatidos o cancelamento da paralisação, a autorização para celebrar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com a empresa e a deliberação sobre a operação de emergência sobre o funcionamento do Metrô durante a greve.

A diretora de comunicação do Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô), Renata Campos, disse ser impossível prever o direcionamento da categoria quanto ao acordo apresentado pelo Executivo local. “Difícil saber. [O resultado] Será só na hora mesmo. A proposta não é muito boa: muito tendenciosa e permite a demissão desmotivada dos empregados”, critica a sindicalista.

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Entenda a proposta do governo

O Executivo local aceita o pedido dos trabalhadores para que o novo ACT tenha dois anos de validade. Contudo, desta vez, o Palácio do Buriti não concordará com uma contraproposta e cobrará 80% dos dias parados. O texto abre brechas para uma futura privatização. Com a queda das viagens, os cofres públicos já deixaram de arrecadar R$ 8 milhões, e o sistema deixou de transportar 1,6 milhão de passageiros, na comparação com o mesmo período de 2018.

Desde o começo da greve, a principal demanda dos metroviários era a ampliação do ACT de um ano para dois. O Metrô, finalmente, decidiu atender a exigência. No entanto, a proposta do governo sugere mudanças na redação do documento. Pela nova versão, os empregados só poderão ser demitidos por motivos “justos”. “Considera-se justo motivo, independentemente de processo administrativo específico, a realização de Programa de Demissão Voluntária (PDV), liquidação, extinção, e/ou redistribuição de empregados para atuação em outros órgãos ou entes públicos do Distrito Federal”, sugeriu o GDF, na ata.

Nesse contexto, a polêmica reside na possibilidade de redistribuição. Afinal, o plano de privatizações do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), promete a transferência de empregados das estatais para outros órgãos públicos. O PDV também é uma ferramenta comum em processos de concessão. Outro ponto controverso da proposta é a compensação diária de 80% dos dias parados. Neste caso, os trabalhadores teriam abono de apenas 20% do período de greve. Por outro lado, o GDF ampliou o reajuste para auxílio-alimentação, refeição e ressarcimento de plano de saúde, de 4,67% para 6%. O Metrô, também, promete a incorporação da carga horária de seis horas para o contrato de trabalho dos pilotos.

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