Metrô-DF: greve completa 2 meses e prejuízo ultrapassa os R$ 7 milhões
Durante os 61 dias da paralisação promovida pelos empregados da companhia, mais de 1,5 milhão de passageiros deixou de usar os trens
atualizado
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
Mais de dois meses após os empregados do Metrô do Distrito Federal entrarem em greve, a paralisação já acumula cerca de R$ 7 milhões de prejuízo para a companhia. Além disso, o sistema deixou de transportar, no período, mais de 1,5 milhão de passageiros, quando comparado com os números do mesmo intervalo de tempo de 2018. Este é o segundo maior movimento grevista da história do metrô – são dias 61 dias até agora. Perde apenas para a paralisação de 73 dias ocorrida em 2016.
Mesmo em condições normais de funcionamento, a venda de bilhetes não cobre as despesas do Metrô com o pagamento da folha de pessoal, insumos, contratos de serviços e investimentos. Por isso, todos os anos é incluído no orçamento do DF uma quantia destinada pelo governo à empresa pública. Para 2019, a verba estimada beira os R$ 240 milhões.
Os metroviários resumem as reivindicações da categoria a três pontos centrais. O primeiro é a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente por mais dois anos: a empresa propôs a prorrogação por mais um ano. O segundo tópico diz respeito ao descumprimento da jornada de trabalho dos pilotos, reduzida de oito para seis horas em 2010. Por fim, os empregados pedem o pagamento da terceira parcela do reajuste concedido aos servidores.
As duas partes não conseguem encontrar um consenso que possa colocar fim à greve. As negociações são conduzidas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde há uma ação de dissídio coletivo em andamento.
“Não propuseram nada além de mais um ano do ACT. Eles [a diretoria da empresa] não negociaram uma cláusula sequer e queriam retirar do nosso acordo 52 cláusulas, momento em que resolvemos deflagar a greve”, assegura a diretora de comunicação do Sindicato dos Metroviários do DF (Sindmetrô-DF), Renata Campos.
Corte no ponto
O Metrô descontou os dias parados dos grevistas no mês de maio, decisão que foi revertida pela Justiça. Em sentença assinada pelo desembargador Brasilino Santos Ramos, o TRT determinou a devolução dos salários àqueles empregados que tiveram o ponto cortado. Caso a empresa descumpra a sentença, a multa diária é de R$ 5 mil por trabalhador prejudicado.
Conforme denuncia a entidade, o Metrô-DF também não disponibilizou na data, como rotineiramente faz, os contracheques referentes a maio de 2019. Além disso, os recibos de pagamentos de junho já apresentavam o abatimento, embora sem indicar o quantitativo de horas devidas.
Ainda sem data marcada para o julgamento do dissídio, sindicalistas e diretoria se sentam à mesa de negociação do TRT nesta quinta-feira (04/07/2019), em nova audiência de conciliação. Em todas as ocasiões anteriores, as tentativas de entrarem em um acordo restaram infrutíferas.
Por meio da assessoria de imprensa, o Metrô-DF informou, sem mencionar novas propostas, que aguardará o julgamento do dissídio.