Metade dos presos nos atos de 8/1 recebeu auxílio emergencial
Grupo técnico criado pelo Ministério Público Federal (MPF) levantou dados sobre os detidos por participação nos atos antidemocráticos de 8/1
atualizado
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Das cerca de mil pessoas detidas por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, pelo menos metade recebeu o auxílio emergencial do Governo Federal. A informação consta em um levantamento realizado pelo grupo técnico criado pelo Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com os dados, cerca de 60% dos presos são homens, e a maioria tem entre 36 e 55 anos. Em contrapartida, menos de um quinto dos presos possuem filiação com algum partido político.
O grupo tático do MPF busca conferir maior agilidade e efetividade à coleta e à análise de informações em apoio às apurações conduzidas pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos.
Vinculado à Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea) — área responsável por prestar apoio técnico especializado às investigações de todo o MPF –, o grupo foi instalado em 16 de janeiro. A equipe é composta por 15 profissionais, entre membros e servidores de diferentes localidades do país, incluindo peritos e especialistas em tecnologia da informação.
O grupo trabalha na coleta de informações em diversos bancos de dados aos quais o MPF tem acesso. A partir desse trabalho, pouco mais de um mês após os atos na Praça dos Três Poderes, quase 700 denúncias foram apresentadas à Justiça.
Ao buscar por determinado CPF, ou CNPJ, por exemplo, é possível saber o endereço da pessoa ou empresa, bens a ela vinculados, propriedades rurais, se está inscrita na dívida ativa ou possui registro de prisão, entre outras informações.
A ferramenta também possibilita a consulta por placas de automóveis na base do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o que tem contribuído para identificar os responsáveis pelos veículos utilizados no dia 8 de janeiro na ação em Brasília. Pela pesquisa, também é possível ter acesso a dados relacionados ao bem, como nome e CPF do proprietário, restrições impostas ao veículo, assim como o perfil da pessoa responsável pelo automóvel.
Provas digitais
Além de auxiliar no levantamento de dados estratégicos, a Sppea realiza exames periciais em dispositivos eletrônicos apreendidos e atua na coleta e análise de outros tipos de provas digitais, com o objetivo de garantir a cadeia de custódia.
O procedimento é necessário para assegurar a autenticidade e a integridade desse tipo de prova, como postagens em redes sociais, trocas de e-mail, arquivos de computador e celular ou salvos em nuvens.
A cadeia de custódia envolve fluxos e cuidados específicos no manuseio dos equipamentos e dos vestígios digitais, para garantir que as informações não foram alteradas no decorrer de todo o andamento da investigação ou do processo judicial. O objetivo final é evitar eventuais questionamentos na Justiça quanto à validade das provas.