Metade dos clientes com prejuízos desistem de cobrar danos à CEB
Em média, por dia, 10 consumidores pedem ressarcimento à companhia no Distrito Federal, mas muitos desistem durante o processo
atualizado
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As constantes quedas de energia no Distrito Federal causam mais transtornos do que a temporária falta de luz. Informações obtidas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostra que a cada dia de 2019, em média, 9,7 consumidores pediram ressarcimento de danos à Companhia Energética de Brasília (CEB) Distribuição.
Ao total, foram 3.538 solicitações no ano passado. No entanto, segundo a própria estatal, 37,8% dos clientes desistiram de prosseguir com o processo no meio do caminho. A média ao longo dos anos é de praticamente a metade não insistir no pagamento.
Segundo o gerente de Qualidade de Energia da CEB, Marcos Aurélio de Souza Lima, muitas pessoas não aparecem quando a companhia dá andamento ao processo de verificação dos danos. “Na hora de apresentar a documentação, elas não aparecem mais”, explica.
No ano passado, a companhia desembolsou R$ 490.026,74 para pagar 706 consumidores aptos ao ressarcimento, o equivalente a 19,9% do total solicitado.
Em média, dá R$ 694 por consumidor. O maior valor pago nos últimos cinco anos a um cliente da CEB foi de R$ 64 mil, em 2017.
Segundo Marcos Aurélio Lima, a pessoa ou empresa que tiver um equipamento danificado e suspeitar de problema na rede elétrica pode buscar uma das agências da CEB, ou ligar no 116. É preciso informar a data e hora da ocorrência, a marca e modelo do aparelho e o problema encontrado.
Ressarcimento
A companhia tem um prazo de 15 dias para a análise. Em alguns casos, há vistoria no local agendada previamente. Os técnicos irão verificar se houve algum problema na rede no horário apontado e se o dano no equipamento é compatível com o evento. Quando o consumidor tem razão, o pagamento é feito via TED, cheque administrativo ou o valor é abatido na conta de luz.
A maioria dos casos, explica o gerente, ocorre na época das chuvas, por conta do aumento das descargas elétricas (raios) e dos ventos fortes, com quedas de árvores ou o choque de outros objetos nos fios de alta tensão.
Na época da seca, são 110 reclamações por mês, em média, enquanto no período chuvoso é de 500. “Outros fatores também podem gerar danos na rede, como as linhas de pipa, vandalismos, ligações irregulares (gatos) e batidas em postes”, relata Marcos Aurélio.