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Mesmo proibidos de abrir, bares de Ceilândia, Taguatinga e Águas Claras ficam lotados

Durante quatro horas, nesta semana, o Metrópoles circulou pelas 3 regiões e flagrou desrespeito a normas que podem salvar vidas na pandemia

atualizado

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boteco em águas claras
1 de 1 boteco em águas claras - Foto: Metrópoles

Quase 800 mortes pelo novo coronavírus em todo o Distrito Federal e pouca consciência sobre os riscos da doença. Essa era a realidade de Ceilândia, Taguatinga e Águas Claras na última quarta-feira (8/7). Durante quatro horas, a equipe do Metrópoles circulou por quadras, avenidas e vielas dessas regiões e flagrou aglomerações, bares funcionando normalmente, pessoas sem máscara e a completa falta de fiscalização em pontos bastante conhecidos.

Em alguns locais, consumidores se instalaram em portas de distribuidoras de bebidas e bares, sem qualquer cerimônia. Chamava a atenção a proximidade entre as pessoas, inclusive crianças e idosos – comportamento potencializador da transmissão da Covid-19. O alto número de mortes entre moradores do DF pela doença parece não sensibilizar quem se arrisca nas ruas, frequentando comércios cujas portas estão abertas clandestinamente.

Com 2.611 casos e 21 óbitos decorrentes do coronavírus até essa sexta-feira (10/7), Águas Claras tinha ruas cheias e movimentadas na última quarta. Em pelo menos quatro pontos diferentes, os bares estavam cercados por fitas, mas os consumidores permaneciam nas calçadas. Conversavam alto, não usavam máscaras e mantinham-se próximos uns dos outros: com distância inferior à recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – de 1,5 metro a 2 metros.

A quantidade de pessoas aglomeradas nas vias públicas da região administrativa, uma das primeiras do Distrito Federal fora do Plano Piloto a sofrer com o avanço da Covid-19, chamava a atenção de longe. Em um dos pontos visitados, dois bares reuniam juntos cerca de 30 pessoas, sem que houvesse qualquer cuidado ou preocupação dos responsáveis pelo estabelecimento com a fiscalização do Poder Público local.

Veja os flagrantes feitos na cidade: 

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Movimentação era grande na noite de quarta-feira (8/7)
Bares funcionavam de forma clandestina, sem preocupação com fiscalização
Pessoas nas ruas de Águas Claras: até crianças circulavam, muitas não usavam máscara – item obrigatório no DF
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Pontos bastante conhecidos de Águas Claras estavam abertos

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Movimentação era grande na noite de quarta-feira (8/7)

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Bares funcionavam de forma clandestina, sem preocupação com fiscalização

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Pessoas nas ruas de Águas Claras: até crianças circulavam, muitas não usavam máscara – item obrigatório no DF

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Ceilândia

Com o maior número de contaminados (8.997) e de mortes (181 até sexta) pelo novo coronavírus em todo o DF, Ceilândia parece não entender as consequências das aglomerações e da falta de máscaras de proteção facial para a saúde da comunidade. Idosos eram facilmente encontrados, na última quarta-feira (8/7), nos bares.

Churrasquinhos, distribuidoras de bebidas e botecos estavam cheios. Havia pessoas sentadas à mesa, em calçadas e em pé. Eram homens e mulheres de várias idades e até crianças em locais com as portas completamente abertas. Poucos estabelecimentos disfarçavam estar em funcionamento. Também não havia distanciamento entre o público, facilitando o risco de contágio pela Covid-19.

Confira os flagrantes na região: 

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Churrasquinhos funcionavam sem temer a fiscalização
Bares também recebiam clientes, ainda que com as portas baixadas
Maior cidade do DF lidera infectados pela Covid-19 e mortes em decorrência da doença
Churrasquinhos não param de vender
Boteco recebe clientes
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Movimentação nas ruas de Ceilândia durante à noite: de crianças a idosos sem máscaras e juntos

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Churrasquinhos funcionavam sem temer a fiscalização

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Bares também recebiam clientes, ainda que com as portas baixadas

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Maior cidade do DF lidera infectados pela Covid-19 e mortes em decorrência da doença

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Churrasquinhos não param de vender

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Boteco recebe clientes

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Nas calçadas ou sentados às portas dos estabelecimentos, moradores estão nas ruas e sem máscaras

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Estabelecimento aberto de forma clandestina

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Taguatinga

Em Taguatinga, onde até essa sexta-feira (10/7) havia 4.586 infectados e 74 óbitos em razão da Covid-19, a situação não era diferente. Mesmo em um lugar de relativo movimento e mais sujeitos à fiscalização, como a Comercial Sul, os bares estavam abertos e até transmitiam jogos de futebol na última quarta-feira (8/7).

Contudo, diferentemente do verificado em Ceilândia e Águas Claras naquela noite, havia poucos clientes nos botecos. Ainda assim, os frequentadores, via de regra, desrespeitavam as medidas sanitárias e os decretos que proíbem consumo em bares, restaurantes e similares.

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Não havia cadeiras, mas frequentadores conversavam na porta dos estabelecimentos
Point em Taguatinga: aglomeração, proximidade e nada de máscaras
Cadeiras para a freguesia: um desrespeito ao decreto do DF que impede consumo no local
Alguns botecos transmitiam jogos de futebol para os fregueses
Não havia muita gente na rua, mas quem estava nos bares não se importava com o distanciamento nem com o uso de máscara
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Clientes sendo atendidos em bar de Taguatinga

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Não havia cadeiras, mas frequentadores conversavam na porta dos estabelecimentos

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Point em Taguatinga: aglomeração, proximidade e nada de máscaras

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Cadeiras para a freguesia: um desrespeito ao decreto do DF que impede consumo no local

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Alguns botecos transmitiam jogos de futebol para os fregueses

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Não havia muita gente na rua, mas quem estava nos bares não se importava com o distanciamento nem com o uso de máscara

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Fiscalização

Em todos os locais pelos quais a reportagem passou, não havia sequer um agente de fiscalização do Governo do Distrito Federal (GDF). Questionada sobre o monitoramento das atividades comerciais e o uso de máscaras pelos moradores nas regiões administrativas, a Secretaria de Proteção a Ordem Urbanística do DF (DF Legal) informou que, desde o dia 27 de maio, com outros órgãos de fiscalização, de segurança e forças policiais, tem promovido “a fiscalização em shoppings, centros comerciais, feiras, e outros estabelecimentos, a fim de verificar o cumprimento das normas previstas no Decreto nº 40.817/20”.

A fiscalização ocorre diariamente, nos períodos matutino e vespertino, por todo o Distrito Federal. À noite, essa verificação é realizada com base em denúncias recebidas pela DF Legal.

“Ceilândia e Sol Nascente já tiveram 85 estabelecimentos interditados desde então, incluindo muitos bares e distribuidoras de bebidas. Setenta e nove comércios já foram autuados nas cidades, por não cumprirem as normas de funcionamento e de segurança sanitária. Águas Claras, por sua vez, já teve 45 comércios autuados”, destacou a secretaria, em nota encaminhada ao Metrópoles.

A pasta pontuou ainda que as ações noturnas seriam intensificadas nas regiões de Ceilândia e Sol Nascente, com mais duas equipes extras, entre sexta-feira (10/7) e domingo (12/7). O órgão também informou que qualquer pessoa pode denunciar casos de desrespeito às normas sanitárias e de isolamento social pelo telefone 162, opção 2, ou pela Ouvidoria da Secretaria de Saúde, via o telefone 160.

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