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Mesmo com temporários, faltam professores e monitores em escolas do DF

Pais e educadores denunciam falta de profissionais, incluindo para atendimento de alunos com deficiência. Governo nega problema

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Alunos com mochilas em escola
1 de 1 Alunos com mochilas em escola - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Mesmo com contratações temporárias, faltam professores e monitores nas escolas públicas do Distrito Federal. A ausência dos educadores foi testemunhada por pais, mães e estudantes na volta às aulas nessa segunda-feira (14/2).

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) assegura para os alunos com deficiência o direito ao suporte de monitores nas escolas públicas. No DF, o serviço deveria ser prestado por monitores. Mas o governo local contrata educadores sociais voluntários para estar ao lado dos estudantes.

Apesar da promessa da Secretaria de Educação, o número de educadores não foi suficiente. A ativista Andrea Medrado, 34, é mãe de Maria Flor, 5, diagnosticada com autismo e deficiência intelectual.

“A gente acabou de chegar da escola. Ia ser o primeiro dia de aula dela hoje. Mas, infelizmente, não tem professor. Na escola em que ela está matriculada faltam 6 professores. Eu vi criança saindo da escola chorando”, contou Andrea.

Segundo Andrea, a escola onde a filha está matriculada tem apenas 3 professores para mais de 20 alunos com deficiência. Sem o monitoramento, as crianças encontram dificuldade no aprendizado.

De acordo com a Associação dos Monitores de Educação do Distrito Federal, a Lei nº 5.106 de 6 de maio de 2013, prevê a existência de pelo menos 2 mil monitores na rede pública. Mas, pelas contas da instituição, existem 509.

Em coletiva, a Secretaria de Educação prometeu 2,6 mil educadores sociais voluntários em 2022, na quarta-feira (9/2).

“Os educadores têm alta rotatividade. Não têm vínculo de emprego. Nosso serviço é mais completo. Ajudamos na locomoção, higienização, alimentação. E passamos por capacitações”, afirmou Paulo Santos, membro da associação.

“Um educador tem contrato de 4 horas. Um monitor fica 8 horas na escola. Se fossem contratados mais profissionais, atenderíamos muitos estudantes na rede pública”, argumentou.

Vínculos pedagógicos

A pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) reluta contra mudanças. Para Santos, por não ter vínculo, os educadores tendem a mudar. Os monitores são fixos e criam laços mais firmes para o desenvolvimento pedagógico.

O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) também defende a contratação de monitores. Segundo o sindicato, a pasta da Educação teria informado, que em 2021, contava com aproximadamente 6 mil educadores sociais.

“Reduziram para cerca de 2 mil. Mas estamos vendo que esse número não é suficiente”, ressaltou o diretor do sindicato, Samuel Fernandes.

Outro lado

Segundo a Secretaria de Educação, o quadro de professores efetivos e temporários é suficiente para atender os estudantes da rede pública de ensino do DF. “Quanto aos educadores sociais voluntários, houve redução, na medida em que a matrícula decresceu”, argumentou a pasta em nota enviada ao Metrópoles.

Sobre o quadro de orientadores, para o ano letivo de 2022, a pasta afirmou que reduziu de 800 para 680 o número máximo de estudantes a serem atendidos pelos orientadores educacionais. As regras para a atuação dos orientadores estão neste link. De acordo com a pasta, a mudança, inclusive, assegurou a presença do profissionais em escolas que não contavam com um.

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