Mesmo com prioridade, professores do DF não têm data para vacinação
Apesar de o Ministério da Saúde ter anunciado a inclusão de trabalhadores da educação no grupo prioritário, GDF diz ainda não ter previsão
atualizado
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Após o Ministério da Saúde incluir professores e funcionários de escolas públicas e privadas na lista de grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que ainda não tem datas para imunizar os profissionais da categoria na capital da República.
Em nota, a pasta disse que “segue os grupos prioritários descritos no Plano Nacional de Vacinação”, mas que “devido à baixa quantidade de doses recebidas até o momento, a prioridade inicial é o público idoso”.
“A pasta vem adotando cautela na ampliação
do grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19 justamente por entender a dificuldade na obtenção de doses de vacina neste momento e também a prioridade estratégica em se garantir a segunda dose da imunização contra a doença, o que já começou a ser feito no DF. Os grupos de vacinação serão ampliados conforme o recebimento de novas doses por parte do Ministério da Saúde”, pontuou.
A informação da inclusão do grupo no Plano Nacional de Imunização foi divulgada nesta sexta-feira (5/3) pelo Ministério da Educação (MEC). Serão contemplados todos os professores e funcionários das escolas públicas e privadas do ensino básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA) e do ensino superior.
O que dizem os sindicatos
No DF, entidades representantes da categoria comemoraram a inclusão dos professores na prioridade, mas com desconfiança em relação à efetividade da medida. Segundo considera a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Rosilene Correa, o retorno às aulas presenciais na rede pública de ensino só terá “o mínimo de segurança” com a vacinação dos trabalhadores da Educação.
“Aguardamos que o governo tome providências imediatas para que essa vacina de fato chegue, porque não basta tomar a decisão de incluir no grupo, o que precisa é de atitude. Não dá para a gente continuar assistindo a morte de 2 mil pessoas por dia, achar que isso está normal, naturalizar a morte e achar que ainda nessas condições se pode testar o retorno às aulas”, destacou.
Assim como ela, o diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep-DF), Rodrigo de Paula, também aponta a necessidade de ações concretas além das promessas. “Comemoramos essa decisão, até porque os professores estão na linha de frente também. Principalmente aqui em Brasília, na rede particular, que nós voltamos às aulas em setembro e fizemos até um acordo na Justiça com protocolo de segurança”, disse.
“Esperamos que a gente tenha a vacina, não adianta também estar no grupo e não ter vacina, porque o ritmo de vacinação está muito lento. A gente torce para que o governo encontre uma solução para comprar o quanto antes essas vacinas e imunizar a categoria”, enfatizou Rodrigo.
Para Ana Elisa Dumont, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-DF), priorizar professores “é um bom caminho, tendo em vista que a educação é um serviço essencial”. Veja, abaixo:
Para pais de alunos, é necessária uma aceleração no processo de vacinação. “Defendemos a necessidade de prioridade de vacinação dos professores, da comunidade escolar, colaboradores, para que isso diminua o risco de contágio dentro do ambiente escolar […] Esperamos que, o mais rápido possível, os professores, tanto da rede pública, como da rede particular, sejam vacinados”, ressalta Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino (Aspa-DF).
Ele, contudo, destaca que a entidade “não é favorável à vinculação do retorno das aulas presenciais à vacinação”. “É muito importante que ocorra a vacinação, mas não podemos ficar esperando essa vacinação acontecer para só então as escolas serem liberadas para as aulas presenciais na rede pública”, defende.
Volta às aulas na rede pública
As aulas remotas na rede pública de ensino do Distrito Federal começam em 8 de março para 486 mil alunos dos ensinos fundamental e médio. Neste primeiro momento, as aulas serão apenas virtuais, devido ao aumento de casos de Covid-19 na capital. Cada um dos colégios será responsável por cadastrar seus estudantes na plataforma Escola em Casa DF, pela qual serão ministrados os conteúdos.
A plataforma é a sala de aula virtual da Secretaria de Estado de Educação desde 2020, quando o ensino remoto começou devido à pandemia do novo coronavírus. A previsão era de que as aulas na rede pública para o ano letivo de 2021, começasse na segunda semana deste mês, usando o aplicativo de maneira híbrida, mas não foi possível.
O retorno do ensino presencial, mesmo que escalonado, só será analisado novamente em 23 de março, dependendo da redução da contaminação e da liberação de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).