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Mesmo com aulas remotas, preço da lista do material escolar sobe 9% no DF

Papelarias buscam faturamento ao menos igual a 2020, ano marcado pela pandemia. Veja dicas de como economizar na hora da compra

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Material escolar
1 de 1 Material escolar - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O preço do material escolar subiu 9% em Brasília, segundo as contas do Sindicato das Papelarias e Livrarias do Distrito Federal (Sindipel). Mesmo com as aulas remotas, a lista ficou mais cara neste início de ano.

“Houve aumento considerável nos preços de material escolar, cerca de 9%, devido à falta de matéria-prima e elevação da cotação do dólar”, detalhou o presidente do Sindipel, José Aparecido da Costa Freire.

O aumento supera a projeção da inflação de 2020. Segundo o relatório semanal Focus, em 21 de dezembro de 2020, a mediana de projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 4,39%.

Cartão Material Escolar

Segundo o dirigente do Sindipel, o Cartão Material Escolar, oferecido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), vai injetar aproximadamente R$ 31 milhões na economia local.

“A expectativa do setor neste ano, em relação às vendas de 2020, é conseguir chegar à manutenção ou até mesmo obter um pequeno crescimento”, ressaltou José Aparecido da Costa Freire.

Segundo ele, a manutenção das vendas no mesmo patamar de 2020 é vital para a sobrevivência das papelarias locais, após meses de portas fechadas durante a pandemia do coronavírus. Por outro lado, Freire revela que muito material ficou nos estoques dos estabelecimentos no ano passado, o que abrirá espaço para negociação de preços neste ano.

“A dica é procurar comprar o mais rápido possível, pois o cliente pode conseguir produtos da volta às aulas anterior, com os preços antigos”, concluiu.

Lista adaptada e pesquisa

Conforme o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), em 2021 as listas de material escolar serão adaptadas ao ensino híbrido, dividido entre aulas presenciais e remotas.

Nesse sentindo, cada escola possui autonomia para montar a própria seleção de itens. Mas a lista deve estar justificada no plano pedagógico. Cada produto deve ter o propósito explicado.

No DF, a Lei nº 4.311, de 2009, regulamenta a compra dos itens escolares. O texto, proposto pelo ex-deputado distrital Raimundo Ribeiro, proíbe pedidos de uso coletivo ou abusivo.

Luciana Corrêa, jornalista e gerente de relações institucionais da Faculdade Senac, diz ter sido positivamente surpreendida ao receber a lista de material escolar para o filho, Ítalo Corrêa, de 7 anos.

“A atitude da escola foi interessante, pois não está pedindo a mesma coisa do ano passado. Foi bem condizente em relação ao uso do material. Provavelmente, ele deve aproveitar o material comprado ano passado”, contou.

No caso de Ítalo, em 2020 as aulas foram on-line. Por isso, itens que seriam utilizados em sala de aula, como cartolina, puderam ser guardados na própria escola.

A lista completa do menino tem aproximadamente 19 itens, mas Luciana só vai precisar comprar uns cinco. No caso de lápis de cor e giz de cera, por exemplo, será possível fazer um “bem bolado” com itens que Ítalo já tem em casa.

Entre as compras inevitáveis estão cadernos, caneta hidrocor e resma de papel. “Então a minha economia vai ser boa”, comemorou a jornalista.

Mesmo assim, Luciana aconselha outros pais de estudantes a pesquisarem. Em tempos de pandemia, a sugestão é garimpar preços pela internet e pelo telefone. “Eu entrei na internet, pesquisei em sites para saber os valores. Descobri que a resma de papel está com o mesmo preço, seja na internet ou na papelaria”, pontuou. Mas outras despesas pesarão na conta.

“O valor para mim é pequeno porque eu não preciso comprar muitos itens. Mas isso não quer dizer que eu vá lá comprar o caderno mais caro da loja. Até porque meu filho vai voltar para o presencial e vai precisar comprar uniforme”, ponderou Luciana Corrêa.

Mensalidade

Pelas contas da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF), as mensalidades das escolas particulares de Brasília terão aumento entre 5% e 10% em 2021.

Para este ano, o presidente da Aspa, Alexandre Veloso, recomenda a compra fracionada do material escolar.

Confira três dicas do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) antes de ir às compras:

1) O material escolar é item de uso exclusivo do aluno e restrito ao processo didático-pedagógico. Tem por finalidade o atendimento das necessidades individuais do estudante. Desta maneira, não é permitida a cobrança de taxa-extra ou de fornecimento de material de uso coletivo dos alunos ou da instituição. Itens de higiene pessoal, álcool, apagador, grampeador, giz, pincéis para quadro, clipes, cartucho para impressora, envelopes, etiquetas e copos descartáveis são exemplos de materiais de uso coletivo.

2) A escola é proibida por lei de exigir marca, modelo ou indicação de estabelecimento de venda do material, com exceção da venda do uniforme.

3) Os estabelecimentos de ensino não podem condicionar a compra de livros e/ou materiais escolares em uma loja específica. Tal prática é considerada abusiva. Caso a escola trabalhe com livros próprios ou importados, essa informação deve ser previamente passada ao consumidor. As escolas também não podem determinar as marcas dos produtos permitidos em suas listas de material escolar.

Veja a cartilha do Procon sobre material escolar:

Cartilha Material Escolar by Metropoles on Scribd

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