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Menino deu ordem para comparsa matar militar em lanchonete: “Atira!”

Segundo a família de Vinicius dos Santos, ele não esboçou reação ao assalto e, mesmo assim, foi morto com um tiro na axila

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1 de 1 Vinicius-latrocinio2 - Foto: JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles

Vinicius Gomes dos Santos completou 23 anos no dia 19 de abril. Na noite dessa quarta-feira (9/5), enquanto lanchava com a namorada na lanchonete Giraffas da QNM 18, em Ceilândia, foi morto por um assaltante. Aos familiares, a moça disse que não houve reação por parte da vítima. Mesmo assim, Vinicius levou um tiro na axila. Chegou a ser levado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), porém não resistiu aos ferimentos.

Um dos supostos envolvidos no crime tem apenas 13 anos. Um suspeito chegou a ser apreendido pela Polícia Militar, mas acabou liberado porque não foi reconhecido pela namorada na delegacia. O outro também não foi encontrado.

Em imagens do circuito interno de segurança da lanchonete, que fica no centro de Ceilândia, o menino aparece abordando Vinicius. A vítima estava sentada ao lado da namorada. Se levanta e, logo em seguida, leva o tiro fatal.

Confira as imagens do crime. As cenas são fortes:

Segundo funcionários que estavam presentes, o latrocínio (roubo seguido de morte) ocorreu pouco depois das 21h. Os dois suspeitos entraram no estabelecimento e anunciaram o assalto. O menor tentou pegar o celular da vítima, que se levantou. “Nesse momento, ele virou para o outro suspeito e disse: Atira!”, segundo relatou a equipe de plantão da noite à gerente.

Testemunhas contaram à polícia que, minutos antes do latrocínio, a dupla já havia roubado seis pessoas que estavam perto do local. De acordo com família, ao contrário do se falou a princípio, o militar não reagiu ao assalto.

Família desolada
Na casa do soldado do Exército, em Ceilândia Norte, o clima é de desolação e revolta. “Eu nem sei se acredito na Justiça. O governo diz que diminui a criminalidade, mas estamos ilhados dentro de casa. Não temos mais segurança”, disse a artesã Clara Rodrigues, 59, tia de Vinicius.

O militar morava com os os pais e a irmã, de 20 anos, em Ceilândia Norte. “Ele era o filho que toda mãe gostaria de ter. Um menino completamente do bem. Tinha muitos amigos e era muito querido. Não bebia nem fumava. Muito família”, disse a tia.

Primo de Vinicius, o vendedor Douglas Eduardo, 23, se mostrou revoltado com a covardia e banalidade do crime. “Ele não esboçou reação. O que fica é esse vazio e a insegurança, pois estamos à mercê dos bandidos”, ressaltou. A família marcou o velório da vítima para esta sexta (11), a partir das 13h, no cemitério de Taguatinga. O sepultamento será às 15h. O caso é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).

Na rua onde ocorreu o crime, o clima continua sendo de insegurança. Uma farmácia que fica ao lado da lanchonete foi assaltada em janeiro. Segundo relato da gerente do estabelecimento, um suspeito armado entrou no local e levou R$ 100, além de alguns pares de sandálias.

A farmácia tem um segurança particular, mas, como o roubo ocorreu em plena luz do dia, por volta das 8h30, o funcionário ainda não havia chegado. Outra lanchonete da região também já foi assaltada, há cerca de três meses.

Além de ficar de olho nos produtos das lojas, os bandidos visam celulares. Balanço da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social divulgado na segunda-feira (7) mostra que, a cada 10 minutos, um aparelho é roubado ou furtado por bandidos nas ruas do Distrito Federal. De janeiro a abril deste ano, foram 16.758 ocorrências dessa natureza.

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