Meninas da Estrutural aprendem jiu-jitsu e empoderamento
Projeto social Flores de Lótus atende alunas de 6 a 16 anos na Chácara Santa Luzia, uma das regiões mais pobres do DF
atualizado
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Uma iniciativa que usa o esporte para trabalhar a autoestima e o empoderamento de mulheres – com foco em crianças e adolescentes – tem mudado a rotina de meninas e moças da Chácara Santa Luzia, na Cidade Estrutural, uma das regiões mais pobres do DF. Há um ano e meio, voluntários do programa Flor de Lótus dão aulas de jiu-jitsu duas vezes por semana em uma sala emprestada pela Casa de Paternidade, ONG voltada para o amparo a jovens.
A professora e psicóloga Uédama Mustefaga, uma das idealizadoras do projeto, conta que a opção de trabalhar apenas com garotas se deu em função de essa ser uma população mais vulnerável. “Entendemos que elas têm demandas específicas, em especial sobre a sexualidade e exploração, por isso focamos nesse público”, explica.
Uédama – que é faixa roxa na modalidade desportiva – aproveita as aulas para tratar de temas como respeito, disciplina, foco e higiene pessoal. “Trabalhamos bastante com empoderamento dessas meninas, resgate de autoestima, gravidez na adolescência, respeito ao próprio corpo e prevenção ao uso de drogas. O jiu-iitsu traz o condicionamento que elas precisam e aproveitamos os encontros para conversar sobre assuntos importantes para a vida delas”, conta.
Certificação
Os professores são da Equipe Leo Fer de Jiu-Jitsu, e todas as alunas recebem certificações e troca de faixa. Dessa forma, a atividade pode se tornar uma profissão no fututo – como atletas ou professoras de artes marciais. Além disso, o esporte melhora o desempenho delas na escola.
A estudante Yara Pereira, 15 anos, é uma das adolescentes que encontrou no esporte uma opção de lazer e, nas artes marciais, uma filosofia. “Levar o jiu-jitsu pra dentro da favela Santa Luzia foi a melhor coisa que aconteceu. Tem sido uma experiência incrível para todas nós.” Yara explica que, além de conhecer mais sobre as lutas, o projeto ajuda as garotas a se protegerem. “Penso em seguir essa carreira e, quem sabe, ser professora um dia”, diz.
Quem quiser ajudar com doações, especialmente de quimonos e tatames, ou se voluntariar no projeto pode procurar a professora Uédama Mustefaga pelo telefone (61) 99981-0704.