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Melhor prova a favor de Adriana é o apoio da família, diz advogado

Defesa da arquiteta afirma que acusação é “frágil” e compara caso com a parábola do filho pródigo

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1 de 1 Julgamento-Villela-2-de-outubro-12 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A defesa de Adriana Villela entrou no plenário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), no fim da manhã desta quarta-feira (02/10/2019), para tentar convencer os jurados de que a acusação contra a arquiteta é “frágil”. E de que a melhor prova da inocência da denunciada “é que a família inteira a apoia”.

Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (foto em destaque), fala depois de os representantes do Ministério Público do DF (MPDFT) e de a Ordem dos Advogados se pronunciarem no julgamento do crime da 113 Sul. Adriana é acusada de mandar assassinar os pais, José Guilherme Villela e Maria Villela, e a doméstica da família, Francisca Nascimento Silva.

O advogado de Adriana elogiou o trabalho da Polícia Civil do DF, mas criticou as investigações da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), à época chefiada pela delegada Mabel de Farias. “Isso é um processo criminal. Não é um romance. É a vida da Adriana que está em jogo”.

Kakay observou que Adriana nunca falou com Leonardo Campos Alves, porteiro do edifício onde os genitores da denunciada residiam e que já foi julgado e condenado pelo crime. “O que me interessa é a inocência da Adriana. Mais do que uma acusação frágil, ela não representa nenhuma realidade com os fatos”, salientou.

“Filho pródigo”

O advogado de defesa acredita que Adriana tem sido “humilhada” há 10 anos por causa das acusações. “Eu vi, aqui, uma versão mesquinha da parábola do filho pródigo. A base da acusação, com a carta de 2006 em que Maria Villela é dura com Adriana, é talvez a mais absurda que já peguei em tantos anos de profissão”, enfatizou Kakay.

“A melhor prova que temos é que a família inteira a apoia. Não há ninguém que acredite que Adriana seja responsável por esse crime”, afirmou o advogado.

Depois, começou discussão com os representantes do MPDFT. Kakay denunciou que uma policial pediu a um investigado para falar, em depoimento, que o crime tinha mandante. Segundo ele, o Ministério Público prevaricou ao não apurar isso.

Neste momento, o promotor Marcelo Leite Borges pediu questão de ordem e disse que não aceitava a afirmação de Kakay. “O advogado disse que o Ministério Público prevaricou, e nós não permitimos isso”, ressaltou o promotor.

O procurador Maurício Miranda pediu esclarecimento. Então, Kakay argumentou que o MPDFT estava cortando “o raciocínio e isso é deslealdade com a defesa”. O juiz Paulo Rogério Santos Giordano fez constar em ata e seguiu com o debate.

Marcelo Turbay, também advogado de Adriana, mostrou vídeos do depoimentos de Leonardo Campos, em que o ex-porteiro diz que não houve mandante — mais tarde, o condenado mudou a versão. Nas imagens, Leonardo também conta que o crime foi cometido por ele e por Paulo Cardoso, outro condenado pelo caso.

OAB

Antes de a defesa falar, a representante da Ordem dos Advogados do Brasil no caso, Bárbara Franco Lira, afirmou que o órgão não tinha achado “elementos suficientes” para condenar a arquiteta. “No fim, concluímos que a Ordem não encontrou elementos suficientes para imputar a Adriana esse crime. Desejo que essa família possa ser reconstruída e inicie sua nova história”, frisou a defensora.

Suspeita

O objetivo do julgamento é saber se Adriana Villela mandou matar os pais e a doméstica da família. Eles foram executados com 73 facadas. Segundo a acusação, Adriana contratou Leonardo Campos Alves, porteiro do edifício onde moravam os pais, para matar as vítimas por R$ 60 mil.

Alves, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco Mairlon Barros Aguiar para executar o crime. Sobrinho de Leonardo, Paulo Cardoso também foi acusado pelo esfaqueamento do trio. Os três foram condenados e estão presos.

A última etapa do rito em plenário começou por volta 9h desta quarta-feira (02/10/2019). A sessão foi iniciada com o MPDFT, que teve uma hora e meia para falar. Em seguida, é a vez dos advogados de defesa, que dispõem do mesmo tempo. No caso de réplica e tréplica, acrescenta-se uma hora para cada parte. No total, portanto, a fase final pode durar cinco horas.

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