Zoológico de Brasília não pretende ficar com Naja kaouthia
Apenas 5 das 13 espécies apreendidas ao longo do mês de julho despertaram interesse do Zoo, que afirma ter lista de prioridades nesses casos
atualizado
Compartilhar notícia
O Jardim Zoológico de Brasília não tem interesse em manter a Naja kaouthia, a Víbora-verde-de-Vogel e outras 19 cobras encaminhadas à fundação durante as apreensões ocorridas durante o mês de julho. Segundo documento que responde a uma ação popular pedindo que Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul pague as despesas do Zoo com as serpentes, apenas cinco das 13 espécies são desejadas pelo Zoo.
Apesar do pedido de recolhimento, o Zoológico ainda precisará guardar os animais por mais algum tempo. Conforme diz o ofício, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pediu para que os bichos sejam mantidos “devido à necessidade de organização e logística”, sendo preciso “manter as serpentes até a finalização do cronograma de destinação final dos indivíduos”.
Dessa forma, continuarão no serpentário, por enquanto, a Naja kaouthia, a Víbora-verde-de-Vogel, quatro cobras-rateira, seis cobras-rei e duas pítons-indiana. Quatro jiboias, duas jiboias-arco-íris e uma cascavel já foram levadas.
As únicas espécies que o Zoológico disse ter interesse de manter foram a cobra-papagaio, periquitamboia, jararacuçu, salamanta e jiboia de Madagascar.
No relatório, ainda são destacados os custos no tratamento dos animais. Pouco mais de R$ 900 foram gastos no tratamento médico das serpentes, que inclui desde o preço das luvas descartáveis até exames de sangue. Qualquer novo procedimento só será feito conforme a necessidade de cada animal.
Procurada, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília informou que a escolha de animais que integram o plantel é feita com base em um documento interno chamado Plano de Populações. Ele é elaborado pela equipe técnica com propósitos de “conservação, educação e pesquisa, que prioriza espécies da fauna local e espécies contempladas por programas de conservação nacionais e internacionais que dependam de esforços humanos para não serem extintas”.
Segundo a nota, espécies com alto potencial para educação ambiental e pesquisas científicas voltadas à conservação “também são prioridade para a instituição”. O conceito de apenas realizar a exibição de animais não é avaliado.
A Naja kaouthi está sendo mantida no serpentário. O animal exótico foi levado ao local após picar o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul.
Os biólogos do Zoo estão tomando cuidado redobrado com o animal. O antídoto precisou ser importado dos Estados Unidos pela família de Pedro.