Rollemberg prevê que água de Corumbá IV chegue ao DF no final de 2018
Mais de 60% das obras foram executadas. Porém, parte do sistema está embargado por suspeita de superfaturamento
atualizado
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Considerado o principal investimento para tirar o Distrito Federal da pior crise hídrica da sua história, o sistema produtor de Corumbá IV ainda está longe de se tornar realidade. A água produzida pela obra milionária só vai chegar à torneira do brasiliense no final de 2018. Com 65% das obras executadas, o empreendimento vai beneficiar cerca de 1,3 milhão de moradores do DF e de Goiás. O problema é que parte da construção, justamente a que permitirá a captação da água, está embargada por suspeita de superfaturamento.
A previsão de funcionamento foi dada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que visitou a obra nesta sexta-feira (31/3). Durante a vistoria, o socialista projetou para setembro do ano que vem o início dos testes para distribuição. “Com fornecimento de até 5,6 mil litros por segundo, essa obra entra no sistema de captação e distribuição que vai ampliar em 70% a capacidade de abastecimento do DF”, destacou.
A construção está orçada em cerca de R$ 540 milhões. A fase de licitação começou em 2009, e os trabalhos, dois anos depois. Em 2013, a obra foi paralisada. “Logo no início de 2015, preocupados com o crescimento populacional e a gestão hídrica de Brasília, recebemos recursos federais e retomamos o serviço imediatamente”, lembrou o governador.
No DF, moradores do Gama, de Santa Maria e do Recanto das Emas serão beneficiados. No estado vizinho, o público abastecido será o da Cidade Ocidental, de Luziânia, do Novo Gama e de Valparaíso.
Compete à Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), a captação hídrica e a construção de 15 quilômetros da adutora. Outros 15 quilômetros são de responsabilidade da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), bem como a estação de tratamento.
“Posteriormente, cada uma cuidará de construir uma estação elevatória e uma adutora para levar a água até suas regiões”, explicou o presidente da Caesb, Maurício Luduvice. Ele garantiu que apesar do desembolso do GDF, o investimento não vai representar aumento na tarifa cobrada dos consumidores.
O sistema envolve a captação de água do Lago de Corumbá, que será encaminhada para tratamento em Valparaíso (GO). Depois, a água será bombeada para o DF e o Entorno.
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Embargo
As intervenções sob responsabilidade de Goiás estão interrompidas após recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que investiga ilícitos em contratos e licitações da estatal goiana. O diretor de Produção da Saneago, Marco Túlio de Moura, informou que o Ministério das Cidades está com o parecer sobre a retomada do serviço por parte de Goiás: “O estado ainda não teve acesso ao documento, mas a tendência é que seja favorável para a imediata volta ao trabalho.”
O Ministério das Cidades suspendeu os repasses de recursos federais para as obras de captação de água do sistema Corumbá IV em novembro do ano passado. Segundo a pasta, um relatório do Ministério da Transparência indicou irregularidades em licitações do empreendimento e, por isso, o dinheiro deixou de ser repassado.
Os prejuízos já atingem R$ 1 milhão, mas podem chegar a R$ 6 milhões, segundo estimativas da União.