População contraria recomendação da Caesb e estoca água para rodízio
Em grupos na internet, pessoas trocam informações sobre onde comprar e os valores de tambores e caixas d´água. Veja o cronograma dos cortes
atualizado
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Apesar de o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, ter recomendado à população não estocar água durante o racionamento que começa nesta segunda-feira (16/1), os brasilienses que terão o serviço interrompido correm contra o tempo para conseguir tambores e caixas d´água. Na sexta-feira (13) e no sábado (14), as lojas especializadas registravam aumento nas vendas. Em grupos na internet, as pessoas trocam informações sobre onde comprar e os valores dos reservatórios.
A medida é para evitar o desabastecimento de água nas regiões que serão afetadas com o rodízio anunciado pelo GDF. A partir das 8h desta segunda (16), moradores de Ceilândia Oeste, do Recanto das Emas e do Riacho Fundo II serão os primeiros a ficar sem água durante 24 horas. Até o fim da semana, várias outras cidades também enfrentarão o problema (veja abaixo).
O vendedor Guilherme Brito, 26 anos, morador de Samambaia, vende tambores de 240 litros usados para o reaproveitamento ou o armazenamento de água. Cada um custa R$ 160. Nos últimos dias, foram 100 vendidos — 70 a mais do que ele entrega em uma semana comum. E os pedidos não param, apesar do estoque ter zerado. Para dar conta da demanda, especialmente do Guará e de Ceilândia, Guilherme pediu mais 200 unidades ao fabricante.
Apesar do lucro com as vendas, ele garante que está preocupado com a situação. “É muito ruim saber que estamos ficando sem água. Eu comecei a usar o tambor há quase dois anos porque reaproveito a água da máquina de lavar roupas para dar descarga nos banheiros de casa. Espero que, com o racionamento, as pessoas comecem a fazer o uso de forma consciente”, diz. Guilherme também reclama pelo governo ter feito a seleção das cidades que ficarão sem abastecimento. Para ele, era preciso fazer o racionamento em todo o Distrito Federal.
A justificativa que o governo tem dado é que o reservatório que abastece áreas como o Plano Piloto ainda não apresenta índices tão preocupantes como o Rio Descoberto, que fornece água para Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, Águas Claras, Guará e outras cidades que serão afetadas pelo desabastecimento, por exemplo.
Rodízio
O rodízio consiste no ciclo de um dia sem abastecimento (a partir das 8h), seguido de dois dias para religar e estabilizar o sistema, e três de situação normalizada. As áreas afetadas são Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Santa Maria, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires. Cerca de 1,8 milhão de pessoas serão atingidas pela medida.
A alternância no fornecimento de água já havia sido ventilada em novembro de 2016, quando o nível do Descoberto esteve abaixo dos 20% pela primeira vez, e a Adasa publicou a Resolução nº 20 para estabelecer o regime de racionamento. Foi uma das oito publicadas pela agência reguladora desde a percepção da escassez hídrica.
A medida foi necessária por conta do baixo índice das chuvas, algo não esperado à época. Como a ideia é economizar água para manter os níveis do reservatório para o período de seca, o governo de Brasília ainda não estabeleceu uma data final para o regime de racionamento.
Confira o cronograma dos cortes:
Primeiro ciclo do rodízio no fornecimento de água
16 de janeiro (segunda-feira)
Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
17 de janeiro (terça-feira)
Interrupção: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria
Religação e estabilização: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
18 de janeiro (quarta-feira)
Interrupção: Gama
Religação e estabilização: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK, Residencial Santa Maria, Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
19 de janeiro (quinta-feira)
Interrupção: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia
Religação e estabilização: Gama, Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria
20 de janeiro (sexta-feira)
Interrupção: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I
Religação e estabilização: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste, Samambaia e Gama
21 de janeiro (sábado)
Interrupção: Águas Claras (zona alta), Concessionárias e Taguatinga Norte
Religação e estabilização: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal, Riacho Fundo I, Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia
22 de janeiro (domingo)
Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
Religação e estabilização: Águas Claras (zona alta), Concessionárias, Taguatinga Norte, Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I