Polícia Militar Ambiental resgatou 1,2 mil animais silvestres desde o início do ano
Gambá-de-orelha-preta, que costuma buscar áreas urbanas para se reproduzir, é a espécie responsável pela maioria das ocorrências. Filhotes de lobo-guará foram salvos de dois incêndios nesta semana
atualizado
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Nos primeiros dez meses do ano, o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) resgatou cerca de 1,2 mil animais silvestres no Distrito Federal — uma média de quatro por dia. As ocorrências costumam aumentar no período de seca, uma vez que muitas espécies são obrigadas a fugir das frequentes queimadas, mas a época de chuvas também é de muito trabalho para o BPMA.
Uma das últimas ocorrências antes do fim da estiagem ocorreu nesta semana, quando dois filhotes de lobo-guará foram resgatados. O primeiro estava em um incêndio na altura do Km 4 da BR-080 (que liga Brasília ao norte de Goiás). O segundo foi localizado na Chácara dos Padres, em Brazlândia.
“No período de seca, os incêndios fazem com que eles procurem locais com maior proteção e facilidade de alimento. Ás vezes, podem até se machucar ao deixar o próprio habitat”, explica o tenente-coronel William Araújo, comandante do BPMA.
Gestação
Segundo o tenente-coronel, esse tipo de comportamento é comum aos animais sinantrópicos —aqueles que vivem em áreas próximas a espaços ocupados pelo homem. “Os campeões de resgate são os saruês, conhecidos popularmente como gambás-de-orelha-preta. Eles invadem os quintais das casas à procura de um lugar seguro para a gestação”, explica Araújo.
Os bichos encontrados pelos militares são levados para o Centro de Acolhimento Provisório, na sede do batalhão, na Candangolândia. De lá, são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável por garantir a recuperação do estado de saúde deles.
O período de observação e de cuidados intensos podem se estender a uma quarentena. Somente depois os veterinários decidem o futuro do animal capturado. Em alguns casos, eles voltam a natureza; em outros, são alocados no zoológico.