Mulher captura morcego e suspeita que animal esteja com vírus da raiva
Segundo Rosana Leite, o bicho andava em círculos e aparentava estar desorientado. Mamífero passará por exames na Zoonose
atualizado
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O que era para ser um simples trajeto de rotina para Rosana Leite, 31 anos, ficou tenso quando a servidora pública encontrou um morcego desorientado andando em círculos nas proximidades de onde ela mora, na Quadra 609 do Cruzeiro Novo, na segunda-feira (26/11).
Assustada, ela conseguiu capturar o animal, evitando contato direto, mas tentou por diversas vezes, sem sucesso, acionar os órgãos responsáveis pela captura do bicho. A mulher acredita que, pelos sintomas apresentados, o mamífero pudesse estar infectado pelo vírus da raiva.
Primeiro, Rosana ligou para o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e recebeu uma negativa: “Disseram que não fazem captura desse tipo de animal, pois é considerado doméstico, como cães e gatos”, explica.
Na sequência, tentou falar com a Polícia Militar, sem sucesso: “Eles me passaram o contato de um celular do Batalhão Ambiental, mas ninguém atendeu o telefone”.
Rosana, então, manteve o animal dentro de sua casa e temeu o risco de contaminação. “Fiquei receosa, pois temos muitos gatos na quadra, e um deles poderia contrair raiva e acabar tendo contato com uma pessoa. Passei a noite toda com ele em casa, e eu tenho cachorro e gato. É algo grave”, reclamou.
Na manhã desta terça (27), a servidora foi à Zoonose, onde deixou o morcego, que agora passa por exames para averiguar se realmente contraiu raiva.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou que a Zoonose recebeu o animal. Contudo, conforme ressaltou, o resultado do exame de comprovação da doença só será emitido na próxima quinta (29/11).
Já o Corpo de Bombeiros negou que seja de sua responsabilidade este tipo de captura, o qual diz ser realizado pelo Batalhão Ambiental ou zoonoses. A Polícia Militar, por sua vez, esclareceu: “sempre que o espécime afeta, de alguma forma, a saúde pública, a competência de atuação é da Zoonose”.
Raiva bovina
Em janeiro deste ano, o Governo do Distrito Federal confirmou que um bezerro de 5 meses morreu após contrair raiva. Segundo a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), o caso ocorreu no Lago Oeste, em Sobradinho, no fim do mês passado. Outra ocorrência da doença foi registrada em 2017.
A pasta afirmou que foram tomadas todas as medidas para a contenção do foco detectado e “não há epidemia”. De acordo com a secretaria, haverá um monitoramento intenso na região, por 90 dias.
A Defesa Agropecuária pede aos produtores que a notifiquem caso algum animal apresente os seguintes sintomas: apatia, paralisia, andar cambaleante, mordida de morcego ou qualquer alteração comportamental.