Mantas que evitam contaminação do solo começam a ser instaladas no novo aterro sanitário
Serão 24 mil metros quadrados do material colocado. A previsão do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) é que o local entre em atividade em meados de 2016
atualizado
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A primeira fase das obras da etapa inicial do Aterro Sanitário Oeste, entre Samambaia e Ceilândia, alcançaram 80% de conclusão com a instalação de 24 mil metros quadrados de mantas protetoras. Feitas de polietileno de alta densidade, texturizadas nas duas faces e com espessura de dois milímetros, as mantas protegem o solo que receberá os resíduos e evita a contaminação do lençol freático da região. A previsão do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) é que o aterro entre em atividade em meados de 2016.
O funcionamento do novo aterro é uma das medidas necessárias para encerrar as atividades no Lixão da Estrutural. A obra chegou a ser suspensa duas vezes pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF). A obra ainda enfrenta resistência de moradores das áreas vizinhas, que temem a desvalorização dos imóveis e problemas ambientais. Vale lembrar que a legislação estabeleceu prazo até 2014 para a desativação dos lixões, mas foi prorrogado pelo Senado, em julho deste ano, para 2018.
A colocação da manta é uma das fases mais estratégicas em um aterro sanitário. Sem ela, o chorume liberado pelos rejeitos, ricos em material orgânico, contaminaria o lençol freático.
Silvano Silvério, diretor-adjunto do SLU
Segundo ele, a estimativa é que toda a manta prevista para esta fase — 44 mil metros quadrados — esteja colocada até o fim de novembro. À medida que as mantas são instaladas, inicia-se o processo de proteção mecânica, em que são colocadas sobre elas uma cobertura de 50 centímetros de solo. Esse procedimento é necessário para protegê-las de estragos, já que os caminhões que vão transportar os resíduos passarão por cima do material. Por fim, são instalados os drenos de captação de chorume e de gás. Como a manta retém o chorume, o material é coletado e bombeado para tratamento.
O custo para construção do Aterro Oeste e operação durante cinco anos é estimado em R$ 82.745.120, com recursos exclusivos do SLU. Até agora, contudo, nenhum valor foi repassado ao consórcio contratado para o empreendimento. Os repasses mensais só serão depositados quando o local começar a funcionar. O valor a ser pago por mês depende ainda da quantidade de resíduo que chegar por mês ao aterro.
O aterro
A primeira etapa terá quatro células de 25 mil metros quadrados cada uma, sendo que apenas uma delas já é suficiente para começar a receber resíduos e iniciar a operação do aterro. Serão 760 mil metros quadrados, dos quais 320 mil destinados ao recebimento de rejeitos.
Quando a primeira estrutura necessária estiver pronta e for inaugurada, o aterro passará a receber aproximadamente 2,7 mil toneladas de lixo produzidas diariamente em Brasília. Com essa quantidade — que pode sofrer redução caso a coleta seletiva aumente na cidade —, a primeira célula de aterramento teria capacidade para funcionar por um ano e dois meses.
As obras das etapas seguintes serão continuadas paralelamente ao início do funcionamento do local. O aterro foi projetado para receber 8,13 milhões de toneladas de rejeitos e, com isso, ter a vida útil de aproximadamente 13 anos. Com informações da Agência Brasília