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Incêndio na Chapada: vegetação levará uma década para se regenerar

Árvores atingidas pelo fogo situadas ao redor de rios podem levar 10 anos para se recuperar. Equipes tentam conter chamas nessas regiões

atualizado

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ICMBio/Divulgação
Incêndio chapada dos veadeiros 2017
1 de 1 Incêndio chapada dos veadeiros 2017 - Foto: ICMBio/Divulgação

Os estragos causados pelo incêndio que devasta a Chapada dos Veadeiros (GO) há nove dias serão sentidos por pelo menos uma década. Descontrolado, o fogo não destruiu somente a vegetação típica do cerrado — que se regenera mais rapidamente —, mas também avançou sobre as matas de galerias, aquelas situadas ao redor de rios e mais dependentes de umidade.

Cientes da impossibilidade de deter todos os focos, as equipes mobilizadas na região traçam estratégias justamente para proteger árvores que circundam os espelhos d’água. Algumas, centenárias, podem desaparecer da paisagem do parque. As mais avariadas levarão, no mínimo, 10 anos para se recuperar.

A fim de evitar que as labaredas atinjam essas formações florestais mais sensíveis ao calor, os profissionais e voluntários fazem aceiros em pontos específicos.

Pilotos das aeronaves disponibilizadas para auxiliar na operação são orientados a lançar jatos d’água em fachos que ameaçam árvores de copas mais altas e encorpadas. Na terça-feira (24/10), um avião C-130, o Hércules, chegou à região. Ele é capaz de armazenar e despejar até 12 mil litros de água em apenas um arremesso.

“Nossa maior preocupação é quando o fogo atinge áreas de florestas, e isso tem ocorrido em São Miguel e na Serra de Santana. Também estamos atentos à proteção das veredas, pois o solo que encharca, mina e leva água para os rios está queimando”, explicou o coordenador de combate a incêndio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck.

Foto: NASA

 

Pousadas atingidas
A queimada já consumiu 26% da área total da unidade de conservação, que tem 240 mil hectares. O tamanho da área dizimada corresponde ao porte de duas cidades como Belo Horizonte, capital de Minas Gerais (veja arte).

A tensão provocada pelo incêndio chegou à área habitada da Chapada. No Vale da Lua, ponto mais visitado da unidade de conservação, a comunidade se mobiliza para evitar que as labaredas assolem pousadas. Além dos bombeiros e brigadistas, centenas de voluntários emprestam força para salvar o meio ambiente.

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Avião tenta conter chamas na Chapada dos Veadeiros (GO)
Pilotos observam vegetação em chamas
Bombeiro se prepara para enfrentar o fogo que consome Chapada
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Aeronave despeja água em área queimada na Chapada

Fernando Tatagiba / ICMBIO
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Avião tenta conter chamas na Chapada dos Veadeiros (GO)

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Pilotos observam vegetação em chamas

Fernando Tatagiba/ICMBIO
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Bombeiro se prepara para enfrentar o fogo que consome Chapada

Bruno Dias/ICMBIO

Representantes do ICMBio acusam fazendeiros da região de serem os responsáveis pela tragédia ecológica. Os ruralistas teriam ficado contrariados com a ampliação da unidade, ocorrida em julho, por força de uma portaria assinada pelo presidente da República, Michel Temer.

Na terça, ao Metrópoles, o diretor-geral da Polícia Civil de Goiás, delegado Álvaro Cássio dos Santos, disse que determinaria a abertura de inquérito para apurar as causas do incêndio. No mesmo dia, o ministro do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, pediu a entrada da Polícia Federal no caso.

 

Ajuda aos animais 
O Zoológico de Brasília enviou à Chapada dos Veadeiros, na segunda-feira (23/10), uma equipe com dois veterinários, um biólogo e um técnico. Eles vão prestar socorro aos animais feridos no incêndio e trabalhar em parceria com ONGs da região.

De acordo com o governo de Brasília, também foram enviados medicamentos, material cirúrgico e equipamentos. Segundo o diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Gerson de Oliveira Norberto, a prioridade é resgatar animais nos locais em que o fogo está controlado e tratar intoxicações e queimaduras.

Como ajudar
Para ajudar no socorro à Chapada dos Veadeiros, depósitos podem ser dirigidos ao grupo Rede Contra Fogo, por meio de transferências para as seguintes contas:

Supermercado Canaã
Banco do Brasil
Agência: 4546-2
Conta-corrente: 8263-5
CNPJ: 09471052 0001-10

Supermercado Paulista
Banco do Brasil
Agência: 4546-2
Conta-corrente: 7427-6
CNPJ: 37241460 0001-11

Ao final da transação, o doador deve enviar o comprovante de pagamento para o e-mail: redecontrafogoveadeiros@gmail.com

A UnB Cerrado também arrecada material de doação para ajudar no combate ao incêndio, preferencialmente alimentos não perecíveis (sucos de caixinha, biscoito e barras de cereal), material de campo (botas, lanternas, roupas apropriadas, galões de água, dinheiro para gasolina etc). As doações devem ser entregues na UnB, na sala A1 07/12, no Campus Darcy Ribeiro.

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