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Adasa anuncia rodízio e GDF quer captar água do Lago Paranoá

Racionamento intercalado afetará o abastecimento de seis regiões: Brazlândia, Jardim Botânico, Planaltina, São Sebastião, Sobradinho I e Sobradinho II

atualizado

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Ponte JK em Brasilia – Brasília, DF – 06/07/2015
1 de 1 Ponte JK em Brasilia – Brasília, DF – 06/07/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal anunciou, na tarde desta quarta-feira (21/9), novas medidas para evitar um colapso no abastecimento de recursos hídricos da capital. A principal delas é um “rodízio” no abastecimento de água nas seis regiões mais afetadas atualmente: Brazlândia, Jardim Botânico, Planaltina, São Sebastião, Sobradinho I e II. Outra novidade é tentar a liberação de recursos na Caixa Econômica Federal (CEF) para iniciar o mais rapidamente possível a captação de águas do Lago Paranoá para consumo da população. A licitação já foi realizada e falta apenas o aporte financeiro para começar as obras.

Segundo a Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal (Adasa), uma resolução publicada nesta quarta (21) permite que a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) faça um rodízio no fornecimento de água nas regiões elencadas. Porém, a interrupção do abastecimento não pode ultrapassar 24 horas.

O rodízio seguirá um plano semanal, a ser divulgado no site da Adasa e por meio da imprensa, com pelo menos 24 horas de antecedência. A resolução também permite que a Caesb reduza em 50% a vazão concedida aos usuários do Canal Santos Dumont, que abastece a área rural de Planaltina.

Segundo a Adasa, a publicação dessa resolução não significa grandes alterações nas interrupções de fornecimento que vêm acontecendo nessas cidades. “A situação é a mesma. O objetivo agora é discipliná-la, já que a maior reclamação das pessoas tem sido a surpresa no corte de água. Agora, elas serão avisadas com mais antecedência”, explicou o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles.

Ainda de acordo com o diretor, o abastecimento de unidades de saúde localizadas nessas regiões será ininterrupto e realizado por caminhões-pipa. O Complexo Penitenciário da Papuda também não terá interrupção do abastecimento. Escolas, no entanto, seguirão o mesmo regime das residências.

Nesta semana, representantes da Adasa têm se reunido com proprietários de lava jatos e caminhões-pipa para discutir medidas de redução do consumo de água. Com o último grupo, já foi definido que a retirada de água dos córregos será proibida entre as 14h e as 6h.

Segundo o órgão, o governo federal também deve publicar uma resolução que determina a diminuição do consumo hídrico nos prédios da Esplanada dos Ministérios.

Punição a gestores
Em outra frente, o GDF quer implementar novas medidas para combater a crise hídrica. Uma delas é a ampliação do sistema de Corumbá IV e o lançamento de um edital, em 10 dias, com o propósito de fazer o mesmo no Bananal. Outra novidade é que, após determinar aos órgãos públicos uma redução de 10% no consumo do líquido, haverá punições caso a meta não seja cumprida. Os gestores que não alcançarem o percentual de economia serão exonerados dos cargos em comissão.

O secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirmou, em entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (21), que é preciso conscientizar a população do momento vivido, com reservatórios em limite preocupante. “Publicamos um decreto com uma série de medidas de economia. Vamos treinar os servidores e fazer reparos nos prédios públicos. Cada prédio vai eleger um gestor das medidas e, quem não cumprir as medidas, pode sofre punição mais severa, que é a exoneração. No entanto, acredito que não chegaremos a esse ponto. As pessoas estão engajadas”, afirmou.

Lago Paranoá
Sampaio ressaltou que, mesmo diante da grave crise financeira vivida pelo DF, as obras para ampliar a captação de águas não pararam, e novas medidas devem ser anunciadas nos próximos dias. “Para lançar mão da água do Lago Paranoá para uso humano, precisamos de uma série de obras. Estamos lutando junto à Caixa Econômica para fazer o financiamento e iniciar as obras.”

Quando estiver em operação, o novo sistema de captação do Lago Paranoá deverá abastecer aproximadamente 600 mil pessoas em regiões como Sobradinho I e II, Planaltina, Itapoã, São Sebastião, Lago Norte e Grande Colorado. A previsão é de que a obra custe R$ 465 milhões, sendo R$ 400 milhões provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No caso do sistema Corumbá IV, que vai suplementar o abastecimento de água em Santa Maria, Gama e Recanto das Emas, além das cidades goianas de Luziânia, Cidade Ocidental, Valparaíso e Novo Gama, as obras de concretagem começaram. Todo o sistema custará R$ 380 milhões.

Lavagens proibidas
As medidas anunciadas à tarde se somam às iniciativas publicadas no Diário Oficial do DF nesta quarta (21). Para reduzir em 10% o consumo de água em relação ao mesmo período de 2015, ficam proibidas a lavagem de ruas, calçadas e fachadas prediais; de pátio, garagens e veículos com tempo inferior a 20 dias; e irrigação paisagística, das 9h às 16h. As determinações estão no Decreto nº 37.644.

O documento institui a política de redução de consumo de água pelos órgãos do Executivo. Além da racionalização, de acordo com o decreto, algumas medidas precisam ser adotadas, como a verificação de vazamentos de torneiras e encanamentos; a regulação das válvulas das descargas de banheiro; e o uso da água para limpeza em baldes ou equipamentos que sejam comprovadamente mais econômicos.

Para dar transparência às ações, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) terá que publicar mensalmente na internet o consumo individualizado dos órgãos e entidades do governo. A Secretaria de Planejamento terá ainda que baixar normas complementares para que as determinações previstas no decreto sejam cumpridas.

Crise
A pior crise hídrica do Distrito Federal registrada nos últimos 30 anos está longe de acabar. Mesmo com as chuvas esparsas registradas nos últimos dias, no fim da tarde desta terça-feira (20/9), os dois reservatórios que abastecem a população do DF estavam com níveis ainda piores que o dia anterior. No Descoberto, o índice ficou em 38,14% e o de Santa Maria, 49,19%.

Com a queda drástica nos níveis dos dois principais reservatórios do Distrito Federal (Rio Descoberto e Santa Maria), os moradores da capital já passam pelo racionamento de água. Uma medida temporária, adotada pela Caesb para evitar falta de água em grandes proporções e reequilibrar o sistema. Nesta quarta-feira, quatro regiões são atingidas: São Sebastião, Jardim Botânico, Planaltina e Sobradinho.

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