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Fotógrafos registram 328 espécies de aves em Águas Emendadas

Resultado de pesquisa será apresentado nesta quarta (19/12), em livro lançado pelos profissionais encarregados do registro das imagens

atualizado

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Tancredo Maia Filho/Reprodução
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1 de 1 ave - Foto: Tancredo Maia Filho/Reprodução

As comemorações dos 50 anos de criação da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), unidade de conservação do Distrito Federal reconhecida como um dos mais importantes patrimônios ambientais e culturais das Américas, encerram-se nesta quarta-feira (19/12).

Para marcar a data, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que administra a área, fará o lançamento do livro Aves de Águas Emendadas – Oito Fotógrafos e um Destino: uma edição especial, de alta qualidade gráfica e 325 páginas, resultado de uma pesquisa realizada, desde 2011, por oito especialistas em imagens e observação de pássaros.

Tancredo Maia Filho, Margi Moss – que já circulou o mundo registrando milhares de espécies – e João Martins – ambos destacados colaboradores do site Wikiaves –, Evando Lopes, Bertrando Campos, Roberto Aguiar, Hugo Viana e Rodrigo D’Alessandro – este fundador do grupo Observaves – selecionaram, entre milhares de fotos produzidas na Esecae, os registros de 231 espécies já conhecidas, entre as quais a rara águia-pescadora (Urubitinga coronata).

Porém, conseguiram flagrar mais 21 novas espécies, aumentando a lista oficial da avifauna da Estação Ecológica de Águas Emendadas, hoje estimada em um total de 328 espécies. Além das imagens, há resumos sobre as famílias e características de cada uma delas.

Atualmente com 10 mil e 547 hectares, a Esecae foi uma das primeiras então chamadas reservas biológicas do país, criada em agosto de 1968, e contava com pouco mais de 5 mil hectares. O crescimento de Brasília e a necessidade de se preservar esse local histórico e a vegetação do Planalto Central fez o governo ampliar sua área, incorporando a Lagoa Mestre D’Armas (ou Lagoa Bonita) e recategorizando a localidade como Estação Ecológica.

Em 1992 foi declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) área nuclear da Reserva da Biosfera do Cerrado, e recentemente se tornou o sexto lugar do mundo e o primeiro da América Latina a receber o Escudo de Água e Patrimônio do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos-Holanda).

Além da relevância ambiental, a importância histórica e patrimonial da estação também é marcante, tendo aparecido já no primeiro registro feito da região, durante a Expedição Cruls.

O Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central, coordenada pelo cientista belga Luís Cruls a pedido do imperador Pedro II, em 1892, já registrava o fenômeno hidrológico conhecido hoje como “águas emendadas” – uma forma singela de os desbravadores do Cerrado definirem, há mais de 150 anos, o nascimento de duas das mais importantes bacias da América do Sul. Essa característica  acabou por se tornar uma referência na escolha da área que abrigaria, quase um século depois, a capital federal.

De uma vereda de aproximadamente 6km de extensão, afloram dois córregos que, curiosamente, correm para lados opostos: ao norte, as águas seguem rumo à Bacia do Tocantins; ao sul, à Bacia do Paraná e do Prata.

O córrego Vereda Grande encontra ao norte o rio Maranhão, que vai alimentar o rio Tocantins, mais acima. Já o córrego Brejinho desce ao sul, engrossando o córrego Fumal, que encontra o rio São Bartolomeu, depois o Corumbá, desaguando no Paranaíba e formando então o rio Paraná. (Com informações do Ibram)

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