Emissão de gases de efeito estufa é recorde, mas ritmo de alta cai
Novo relatório de painel da ONU aponta que última década registrou um aumento de 12% na emissão de gases do tipo na atmosfera
atualizado
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Novo relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas, nessa segunda-feira (4/4), indica que as emissões globais médias de gases de efeito estufa atingiram os índices mais altos da história. O documento alerta ainda que o aquecimento global médio pode chegar a 3,2 ºC até 2100, caso o cenário não seja revertido.
A terceira e última edição do 6º Relatório de Avaliação do IPCC mostra que apenas 24 países baixaram as emissões de CO2 nos últimos 10 anos.
Para o IPCC, ainda é possível cortar pela metade as emissões até a próxima década, contudo, é necessário investir em estratégias e tecnologias, em especial naquelas ligadas ao setor energético.
As emissões subiram 12% entre 2010 e 2019, com 59 bilhões de toneladas de gases emitidos. Entretanto, a taxa de crescimento anual diminuiu, de uma média de 2,1%, entre 2000 e 2009, para 1,3%, entre 2010 e 2019.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o relatório do IPCC é uma longa enumeração de promessas climáticas que não foram cumpridas. Alertou ainda que o mundo está indo em direção a um desastre climático, com as principais cidades debaixo d’água, ondas de calor sem precedentes e tempestades aterrorizantes.
“É um arquivo da vergonha, catalogando as promessas vazias que nos colocam firmemente no caminho para um mundo inabitável.”, reforçou Guterres.
Para o relatório, não será possível cumprir com a limitação de 1,5 ºC determinada pelo Acordo de Paris, caso não haja uma redução imediata de emissões em todos os setores da sociedade. Para o painel, é essencial uma ação de mitigação e adaptação climática, com foco no desenvolvimento sustentável.
Durante a análise, realizada entre 2010 e 2015, 43 dos 166 países apresentaram um crescimento de seus PIBs (Produto Interno Bruto) enquanto reduziam ou estabilizavam a emissão de CO².