DF tem 12 espécies de árvores tombadas como patrimônio ecológico
Com a medida, elas ficam protegidas da extração e da exploração em área urbana. O corte e a poda de qualquer árvore em área pública são crimes ambientais
atualizado
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Com mais de 250 espécies catalogadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Brasília mescla grandes áreas verdes com a arquitetura modernista. As árvores do Cerrado e as exóticas que se adaptaram ao bioma compõem o cenário urbano. Doze delas – todas nativas – são Patrimônio Ecológico do Distrito Federal, tombadas em 1993, pelo Decreto 14.783.
Com a medida, elas ficam protegidas da extração e da exploração em área urbana, além da caiação (pintura à base de cal) e da fixação de placas nos troncos. “Na época, técnicos da secretaria do Meio Ambiente entenderam a relevância dessa flora para o Distrito Federal”, explica Paulo César Magalhães Fonseca, coordenador da gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), sobre a escolha.
Símbolo oficial do DF
Entre as espécies tombadas está o buriti (Mauritia flexuosa). Da família de palmeiras e coqueiros, ele cresce perto da água. Em dezembro de 1996, três anos após o decreto de tombamento, o vegetal foi declarado símbolo oficial do DF pela Lei 1.282. A espécie dá nome à praça e ao palácio que são cenários das atividades diárias do Executivo local.
Algumas das espécies tombadas ganharam destaque por estar em solo brasiliense desde a construção da cidade, outras são valorizadas pela qualidade da madeira, pela folhagem ou pelos frutos. Fonseca esclarece que o decreto serviu para conscientizar os cidadãos sobre a importância da preservação.
As pessoas cortavam as espécies para construir casas, prédios e até mesmo sem motivo algum.
Paulo César Magalhães Fonseca, do Ibram
O coordenador do Ibram alerta que, apesar do tombamento, o corte e a poda de qualquer árvore em área pública são crimes ambientais de acordo com o Código Florestal Brasileiro. No DF, o Ibram fiscaliza a situação por meio da gerência de Gestão Florestal.
No caso de terrenos privados, proprietários ou empresas que decidirem cortar algum exemplar entre as tombadas devem replantar 30 árvores e fazer a manutenção das mudas por dois anos — o mesmo ocorre com outras espécies em área pública. “A compensação florestal deve ser feita em todos os casos”, orienta.
Produção de mudas
O engenheiro agrônomo da Novacap Saulo Ulhoa informa que, desde 2003, a empresa — responsável pelo plantio e pela manutenção das plantas em áreas urbanas do DF — dá preferência a árvores nativas. “Conhecemos a fundo pelo menos 90 espécies do tipo. A ideia é cultivá-las e disseminá-las.”
Ulhoa chefia os cerca de 20 funcionários que trabalham no Viveiro II da Novacap, ao lado do Parque Nacional de Brasília. Em uma área de 78 hectares, a companhia cultiva árvores e sementes, além de produzir 250 mil mudas anualmente. A capacidade máxima é de 650 mil.
A companhia é a única responsável pelo corte e pela poda das espécies tombadas. Mesmo assim, a erradicação desses tipos só pode ser feita se houver algum tipo de comprometimento da própria planta, ameaça de queda, risco à integridade de edificações públicas e interferência nas redes aéreas e subterrâneas de serviços públicos.
Espécies tombadas
- Jacarandá
- Peroba
- Pequizeiro
- Cagaiteira
- Aroeira
- Buriti
- Embiriçu
- Gomeira
- Pau doce
- Sucupira-branca
- Copaíba
- Ipê