Contra crise hídrica, GDF poderá pegar empréstimo de US$ 41 milhões
Segundo o governo, recursos serão usados em projetos ambientais. Oposição contesta gastos, como a contratação de empresa de consultoria
atualizado
Compartilhar notícia
A Câmara Legislativa autorizou o GDF a contrair empréstimo de US$ 41,1 milhões (cerca de R$ 130 milhões) com organismos internacionais. Segundo o governo, os recursos serão destinados a projetos ambientais que ajudarão o DF no combate à crise hídrica.
As ações previstas englobam a tubulação do Canal do Rodeador, em Brazlândia, e a do Santos Dumont, em Planaltina, e obras na orla do Lago Paranoá
Segundo a emenda aprovada pelos distritais, na área do Lago onde há unidades de conservação, o dinheiro só poderá ser investido se houver plano de manejo – estudo para saber quais ações podem ser feitas sem que o ecossistema seja afetado.Do total aprovado, 65% serão destinados a ações na orla do Lago Paranoá; 32% vão para projetos de captação; e 3%, para a contratação de empresas de consultoria.
A definição desses percentuais foi alvo de embates entre os distritais. Para o opositor Chico Vigilante (PT), a maior parte do dinheiro será gasta com “perfumarias”. “Em um momento de crise hídrica, o GDF quer embelezar a Orla do Lago, quando deveria estar pensando em recuperar as nascentes e as bacias.”
Já o peemedebista Rafael Prudente criticou os recursos reservados à contratação de empresas de consultoria. “Não podemos aceitar isso. Da última vez que se destinou tanto dinheiro para esse tipo de serviço, contrataram o Sacha Reck e eu fiquei mais de um ano preso numa Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI]”, reclamou.
Prudente se referia ao advogado contratado como consultor da licitação feita para o atual sistema de transporte público do Distrito Federal. A concorrência, alvo de uma série de ações por suspeita de irregularidades, chegou a ser suspensa pela Justiça.
GDF defende medidas
O GDF afirma que o dinheiro será importante para a execução de projetos ambientais, como a recuperação e a captação de água em bacias de Planaltina (Santos Dumont) e Brazlândia (Roteador).
“Na zona rural, precisamos de investimento para maior eficiência do consumo. Com economia nessas regiões, o Descoberto fica mais abastecido. Na área urbana, o Lago Paranoá precisa de proteção para garantia da qualidade do mineral”, afirmou o secretário-adjunto da Casa Civil, Fábio Pereira.