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Caso de raiva bovina não deve causar pânico, mas serve como alerta

Especialista afirma que contágio da doença depende de condições específicas, mas considera que caso demonstra importância da vacinação

atualizado

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Cows Grazing
1 de 1 Cows Grazing - Foto: istock

Depois que o Governo do Distrito Federal divulgou a confirmação de um caso de morte de bezerro por raiva bovina no DF, no fim ano passado, brasilienses têm questionado as implicações dessa ocorrência no dia a dia da população. Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal (CRMV-DF), Laurício Cruz, não há motivo para pânico, pois a doença não se alastra facilmente. No entanto, para o médico-veterinário, o episódio serve de alerta sobre a importância da vacinação.

De acordo com Cruz, a transmissão da raiva para os seres humanos ocorre por meio de contato com a saliva de um animal doente. “O bicho teria que agredir, morder ou causar uma lesão na pessoa. Aí, com o toque entre a secreção contaminada e o sangue do hospedeiro, o vírus consegue se inocular e atingir o sistema nervoso da vítima”, explica.

O especialista afirma que, mesmo com a contaminação de um espécime, a doença não se alastra rapidamente, porque a principal fonte de raiva em bovinos, equinos e animais de produção e lazer são os morcegos hematófagos, ou morcegos-vampiros.

Após serem mordidos por esses parasitas que se alimentam de sangue, os animais ficam debilitados e rapidamente costumam ser isolados e eutanasiados. Portanto, já são separados do rebanho, o qual permanece saudável.

Pânico geral
Portanto, para Cruz, não é necessária uma preocupação em massa com o consumo de carne na capital, por exemplo, pois esse não é um método de transmissão eficiente. O veterinário afirma que, caso seja confirmada a ocorrência da doença, os restos do animal devem ser incinerados, assim como se procederia com qualquer outra enfermidade, mas sem receio geral.

Esse caso não precisa ser motivo de pânico para a população. A última ocorrência de raiva em animais domésticos, que é mais perigosa, foi em 2001. Já em humanos, a mais recente é de 1978. O vírus rábico só tem circulado nas espécies de produção e silvestres

Laurício Cruz, presidente do CRMV-DF

No entanto, o veterinário deixa um aviso: “A infecção serve como um grande alerta para que proprietários de bovinos, equídeos e outros animais de produção mantenham a vacinação em dia. Rebanhos imunizados são garantia de um grupo sem raiva e sem perdas econômicas”, diz. Por fim, o especialista orienta veterinários e tratadores a nunca examinar animais sem equipamentos de proteção, os quais evitam a contaminação.

Morte de bezerro
A morte de um bezerro de 5 meses por raiva bovina no Distrito Federal foi confirmada pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri). Segundo a pasta, o caso ocorreu no Lago Oeste, em Sobradinho, no fim do mês passado. Uma outro ocorrência da doença também foi registrada em 2017.

A Seagri afirmou que foram tomadas todas as medidas para a contenção do foco detectado e “não há epidemia”. De acordo com a secretaria, haverá um monitoramento intenso na região, por 90 dias. A Defesa Agropecuária pede para os produtores notificá-la caso algum animal apresente os seguintes sintomas: apatia, paralisia, andar cambaleante, mordida de morcego ou qualquer alteração comportamental.

Os proprietários da região podem entrar em contato com o escritório regional da Seagri pelos telefones: (61) 3340-3862 e (61) 3487-1438.

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