Caesb diz que estocar água pode agravar a crise hídrica
Armazenar o recurso pode aumentar o desperdício e criar ambiente propício ao mosquito da dengue, diz a companhia
atualizado
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A preocupação dos brasilienses com o racionamento levou a população a estocar água. Especialmente nas regiões de Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II, primeiras afetadas pelo racionamento a partir da segunda (16/1). No entanto, o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, reprova a medida.
Caso as pessoas façam o consumo moderado, a quantidade que fica na caixa é suficiente para o dia sem abastecimento. A Barragem do Descoberto estava com 18,85% da sua capacidade na sexta-feira (13), enquanto o mínimo ideal é de 60%.Para Luduvice, a população não deve fazer estoques e precisa manter as caixas d’água limpas, além de reduzir o consumo. “Estocar água pode aumentar o desperdício e, caso os recipientes fiquem abertos, viram ambiente propício para o mosquito da dengue”, alerta.
Se o estoque é prejudicial, a atenção à caixa d’água deve ser redobrada. É necessário mantê-la sempre limpa para ter água de qualidade em casa. “Verifiquem a boia. Ela precisa estar nova e limpa, pois sem abastecimento o volume vai descer. E, estando vazia e suja, quando religar, a sujeira vai subir”, explica o presidente da Caesb.
Os dois alertas reforçam as listas de atitudes pelo uso racional dos recursos hídricos. São elas: não deixar a torneira pingando, o que leva a um desperdício de cerca de 48 litros por dia; tomar banhos de até cinco minutos, o que equivale a 30 litros de água; manter a piscina de casa vazia; trocar a mangueira pela vassoura na limpeza de calçadas e por balde, se for necessário lavar o carro. No caso de plantas e flores, o ideal é usar o regador.
Rodízio no fornecimento de água
O rodízio consiste em ciclo de um dia sem abastecimento (a partir das 8h), seguido de dois dias para religar e estabilizar o sistema, e três de situação normalizada. As áreas afetadas são Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Santa Maria, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires (veja lista abaixo). Cerca de 1,8 milhão de pessoas serão atingidas pela medida.
A alternância no fornecimento de água já havia sido ventilada em novembro de 2016, quando o nível do Descoberto esteve abaixo dos 20% pela primeira vez, e a Adasa publicou a Resolução nº 20 para estabelecer o regime de racionamento. Foi uma das oito publicadas pela agência reguladora desde a percepção da escassez hídrica.
A medida foi necessária por conta do baixo índice das chuvas, algo não esperado à época. Como a ideia é economizar água para manter os níveis do reservatório para o período de seca, o governo de Brasília ainda não estabeleceu uma data final para o regime de racionamento.
Construções de outros sistemas captadores de água
Em novembro, o GDF deu início às obras da represa do Bananal. A novidade vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 20 milhões e deve ficar pronta em um ano. O Bananal levará água para moradores do Plano Piloto, do Cruzeiro e do Lago Norte — 170 mil ao todo.
Com capacidade de vazão de 726 litros por segundo, a bacia desafogará o Reservatório de Santa Maria, responsável pelo abastecimento dessas três regiões administrativas.
Além do subsistema do Bananal, outra obra em curso é a construção de sistema de captação e distribuição de água na barragem de Corumbá 4, próximo a Luziânia (GO), que conta com investimentos do DF, de Goiás e do governo federal. A previsão é que o reforço fique pronto em 2018. No entanto, a obra está parada por suspeitas de irregularidades.
A Caesb ainda tem um projeto para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá, que está licitado, mas aguarda a liberação de recursos da União para o início das obras. Quando ficar pronto, o Sistema Paranoá atenderá cerca de 600 mil moradores do Paranoá, de São Sebastião, do Lago Norte, de Sobradinho, de Sobradinho II, dos condomínios do Grande Colorado e de Planaltina. (Com informações da Agência Brasília)
Confira o cronograma dos cortes:
Primeiro ciclo do rodízio no fornecimento de água
16 de janeiro (segunda-feira)
Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
17 de janeiro (terça-feira)
Interrupção: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria
Religação e estabilização: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
18 de janeiro (quarta-feira)
Interrupção: Gama
Religação e estabilização: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK, Residencial Santa Maria, Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
19 de janeiro (quinta-feira)
Interrupção: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia
Religação e estabilização: Gama, Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria
20 de janeiro (sexta-feira)
Interrupção: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I
Religação e estabilização: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste, Samambaia e Gama
21 de janeiro (sábado)
Interrupção: Águas Claras (zona alta), Concessionárias e Taguatinga Norte
Religação e estabilização: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal, Riacho Fundo I, Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia
22 de janeiro (domingo)
Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
Religação e estabilização: Águas Claras (zona alta), Concessionárias, Taguatinga Norte, Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I