Brasília, sua linda! Estamos na época das flores amarelas do cambuí
Árvore nativa da Mata Atlântica adaptou-se ao Cerrado brasiliense e, por aqui, colore as principais vias da cidade de amarelo
atualizado
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Dizem que Brasília é uma cidade hostil aos visitantes. Se isso fosse uma regra, a primeira a quebrá-la seria a árvore Peltophorum dubium. A espécie veio da Mata Atlântica na década de 1970 e adaptou-se bem ao solo brasiliense. No período de dezembro a fevereiro, a capital federal colore-se de amarelo. Estamos na temporada do cambuí.
“Ela encontrou o seu lar em Brasília. É a maior árvore de flor amarela da cidade. Bebe pouca água e gosta de sol. É um espetáculo de planta”, afirma o poeta e ecologista Nicolas Behr.
“Como é um ser vivo, dependendo do humor dela, talvez a floração dure até o Carnaval. A natureza é generosa conosco quando somos generosos com ela”, completa.
A árvore é inconfundível pelo porte. Chega a medir 25 metros de altura, as raízes são grandes, a copa é arredondada e densa, passando pouco sol pelos galhos. Além das flores amarelas, a planta produz uma semente em formato de cápsula, parecida com uma vagem, só que não é comestível.
“É uma árvore bonita demais. Não aconselho plantar no quintal de casa. É boa na fazenda, porque dá uma sombra excelente. Ideal para montar uma rede e descansar”, conta o especialista em plantas Joene Ribeiro, 53 anos.
Seu Joel, como Joene é conhecido, é um estudioso da área e cuida de plantas há 22 anos. No viveiro Pau-Brasília, onde trabalha ao lado de Nicolas Behr, a muda do cambuí custa de R$ 28 a R$ 45, dependendo do tamanho.
O cambuí está presente em todas as regiões administrativas do Distrito Federal, com maior ocorrência nas cidades mais antigas, como Sobradinho, Gama e Planaltina. O Plano Piloto possui a maior concentração da espécie.
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) não possui um levantamento do número de exemplares na cidade, mas, em 2009, a engenheira florestal Roberta Costa e Lima elaborou um estudo chamado “Avaliação da Arborização Urbana do Plano Piloto”. Nele foram identificadas 884 árvores de cambuí, plantadas em 38 superquadras da região.
“Não plantamos o cambuí em áreas próximas a residências, devido ao grande porte da árvore quando adulta. Os plantios estão ocorrendo em ambientes amplos e com liberdade para o crescimento do vegetal”, explica o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Alfred Luciano.
Quando jovem, a árvore recebe as podas de formação e, se necessário, tratamentos fitossanitário para controle de pragas e doenças. A adubação e a correção do solo são realizadas no plantio. Quando adulta, a planta sobrevive com os recursos naturais, com a água da chuva e reciclando os nutrientes gerados por suas próprias folhas, flores e frutos.
O Departamento de Parques e Jardins da Novacap pede o auxílio da comunidade em avisar a hora de retirar galhos secos e podar as árvores. Contato:
Telefone: (61) 3403-2300
E-mail: novacap@novacap.df.gov.br