Após adiamentos, GDF encerra as atividades do Lixão da Estrutural
O local deixa de receber, a partir deste sábado, os resíduos produzidos pela população. Tudo será enviado ao Aterro Sanitário de Brasília
atualizado
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Depois de sucessivos adiamentos, o Lixão da Estrutural teve suas atividades encerradas na manhã deste sábado (20/1) pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. Acompanhado de secretários, administradores e da primeira-dama, Márcia Rollemberg, o chefe do Executivo local disse que “está fechando uma ferida no coração de Brasília”.
A partir de hoje, o lixão a céu aberto não receberá mais os resíduos produzidos no DF. Todo material será enviado ao Aterro Sanitário de Brasília, entre Ceilândia e Samambaia, e aos centros de triagem de material reciclável.
Com cerca 200 hectares – o equivalente a 200 campos de futebol –, o depósito de dejetos fechado é o segundo maior do mundo e fonte de renda de centenas de famílias da Estrutural, que cresceu ao redor do local. Neste sábado, o Metrópoles contou histórias de catadores que ainda não conseguiram vagas nos centros de triagem.O governador, no entanto, garantiu que ninguém ficará sem emprego. “Se for preciso, construiremos novos”, afirmou. “Desde o início do nosso governo, abrimos um diálogo com os catadores e com a sociedade. Ampliamos galpões de tratamento de triagem do lixo. Discutimos uma remuneração justa e adequada para os trabalhadores. Estamos fechando o lixão em paz porque investimos no diálogo”, defendeu Rollemberg.
Peso no bolso
Será preciso mais dinheiro para recuperar a área degradada pelo lixo na Estrutura do que o destinado para a construção do Aterro Sanitário de Brasília. De acordo com a diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia Campos, a ação custará ao menos R$ 30 milhões – R$ 3 milhões a mais do que o valor do novo depósito.
Manter a gerência inadequada do lixo por tantos anos também causou consequências econômicas. Despejar resíduos em locais como o Lixão da Estrutural é considerado irregular pela Política Nacional do Meio Ambiente, de 1981, e pela Lei de Crimes ambientais, de 1998. Por conta das atividades ilegais, o SLU responde a seis ações judiciais. As multas já aplicadas são milionárias – somam ao menos R$ 10 milhões.
Ao Metrópoles, a diretora-presidente do SLU afirmou que nenhum valor foi pago até hoje, mas, com a desativação do lixão, o governo pretende negociar a dívida.