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Baixa umidade e falta de chuvas já agravam crise hídrica no DF

Nos últimos 10 dias, volume útil do Descoberto teve redução de 2,58% e o de Santa Maria, 1,78%: capacidade de ambos está abaixo da metade

atualizado

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Toninho Tavares/Agência Brasília
barragem santa maria/torto
1 de 1 barragem santa maria/torto - Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Em pleno período de seca, o Distrito Federal deve ser afetado de maneira mais intensa pela baixa umidade relativa do ar nas próximas semanas. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que a umidade fique abaixo dos 30%, podendo cair para até 20% nos horários considerados mais críticos. Os brasilienses, que enfrentam um rigoroso racionamento de água desde 16 de janeiro, terão ainda mais dificuldades quanto ao abastecimento de suas casas e locais de trabalho, devido à ausência de chuvas durante o inverno.

As consequências da seca já afetaram os dois principais reservatórios que abastecem as regiões administrativas do Distrito Federal. Nos últimos 10 dias, o volume útil do Descoberto diminuiu 2,58%. No reservatório de Santa Maria, a queda foi de 1,78%. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), o aumento das temperaturas e a chegada da seca tornam a economia de água ainda mais necessária.

O frio contribuiu para a redução no consumo de água nos últimos meses, entre junho e as primeiras semanas de julho. Mas é preciso ter ainda mais cautela com a mudança de estação. Economizar e evitar desperdícios continuam sendo essenciais, já que o calor e a seca podem estimular um maior consumo de água.

Trecho da nota de alerta divulgado pela Caesb

Com esse cenário, a Caesb informa que continuará adotando as medidas necessárias para estimular o consumo consciente. O plano de rodízio e a redução de pressão noturna nas redes seguem em execução. “Além disso, a Caesb acompanha diariamente a curva estabelecida pela Adasa com relação aos níveis dos reservatórios”, acrescenta a companhia.

Curva
De acordo com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), o nível dos reservatórios devem ficar dentro do estabelecido para o mês de julho. “A meta para o reservatório do Descoberto é 36% do volume útil e para o reservatório de Santa Maria é de 40%. Faltando seis dias para o fim do mês, eles apresentam hoje (nesta terça) 41,38% e 44,82%, respectivamente”, esclarece a Adasa.

Isso significa que, apesar da redução do volume dos dois reservatórios para menos da metade de suas capacidades, eles ainda estão dentro do esperado pelas autoridades para o período. No entanto, ainda são motivo de grande preocupação. Um levantamento da Adasa mostra que, há exatamente um ano e, portanto, antes do racionamento hídrico, o Descoberto estava com 66,05% da capacidade total e o Santa Maria/Torto, com 63,01%.

Veja abaixo as curvas de acompanhamento dos dois reservatórios:

Reprodução/Adasa

Reprodução/Adasa

Conforme a prospecção da Adasa, a bacia Santa Maria/Torto seguirá em queda até novembro, quando deve atingir a menor marca de sua história: 22% do volume útil. Como o prognóstico negativo se repete na Barragem do Descoberto, um grupo de acompanhamento formado pela Adasa e Caesb deve se reunir semanalmente para verificar se os níveis dos mananciais estão dentro dos patamares estabelecidos.

Sem chuva
O meteorologista do Inmet Hamilton Carvalho informou que até meados de agosto o tempo permanecerá seco, parcialmente nublado e com massas de ar quente em toda a região. O quadro de estiagem só deve ser revertido, de fato, a partir de outubro, e, mesmo assim, as chuvas não terão potencial para dar um alívio à crise hídrica enfrentada pelos moradores da capital.

Na série histórica do DF, o sétimo mês do ano concentra média de 11,1 milímetros. Até esta terça (25/7), o Inmet não registrou nenhuma precipitação na capital neste julho. “Não choveu no mês de julho e isso nem deve ocorrer. Em agosto, pode acontecer uma ou duas precipitações até o fim do mês, mas chuva em maior quantidade só depois de setembro”, ressalta Carvalho.

Captação emergencial
Segundo a Caesb, as obras de captação do Lago Norte e do Bananal estão em ritmo acelerado. A previsão para início de captação continua sendo final de setembro/início de outubro deste ano. A estrutura do Lago Paranoá vai captar cerca de 700 litros de água por segundo, com tecnologia de ponta, a fim de desafogar o sistema do Descoberto. O valor da intervenção ficou em R$ 42 milhões.

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A estrutura vai captar cerca de 700 litros de água por segundo
Até agora, já foram executadas 50% das intervenções
As obras do Subsistema Bananal, no Parque Nacional de Brasília, estão 41% executadas
Volume do reservatório de Santa Maria caiu a níveis alarmantes: 21,9% no início do racionamento, o menor de sua história
Barragem do Descoberto também apresenta queda desde o início do mês e opera com 41,38% da capacidade
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Obra de captação emergencial no Lago Paranoá

Tony Winston/Agência Brasília
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A estrutura vai captar cerca de 700 litros de água por segundo

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Até agora, já foram executadas 50% das intervenções

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As obras do Subsistema Bananal, no Parque Nacional de Brasília, estão 41% executadas

Gabriel Jabur/Agência Brasília
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Volume do reservatório de Santa Maria caiu a níveis alarmantes: 21,9% no início do racionamento, o menor de sua história

Toninho Tavares/Agência Brasília
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Barragem do Descoberto também apresenta queda desde o início do mês e opera com 41,38% da capacidade

MICHAEL MELO/ METRÓPOLES

 

A água coletada do Lago Paranoá ajudará a guarnecer a população de Itapoã, Asa Norte, Lago Norte, Paranoá, parte de Sobradinho II e Taquari. Essas regiões hoje são abastecidas pelo sistema Santa Maria/Torto, que, por sua vez, com o reforço do lago, assumirá o abastecimento em Águas Claras, Candangolândia, Colônia Agrícola Águas Claras, Guará I e II, Lucio Costa, Núcleo Bandeirante e Setor de Mansões Park Way (quadras de 1 a 5). As áreas que ficarão com o sistema Santa Maria hoje são atendidas pelo Descoberto.

Também estão em andamento as obras do Subsistema do Bananal, no Parque Nacional de Brasília. Os trabalhos estão 41% executados. A previsão é de que a estrutura beneficie cerca de 170 mil habitantes. O investimento no Bananal é de R$ 20 milhões.

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