Medo de nova greve dos caminhoneiros gera filas em postos do DF
Motoristas se apressaram para abastecer veículos em Águas Claras (foto em destaque). Entidades negam mais uma paralisação
atualizado
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O temor de nova greve dos caminhoneiros e uma consequente crise de desabastecimento provocou filas em postos de gasolina em algumas regiões do Brasil e no Distrito Federal. Houve aglomeração de motoristas em alguns estabelecimentos em Águas Claras, neste domingo (2/9), registrada por uma moradora.
O Metrópoles fez rondas no Plano Piloto e Lago Sul, mas não havia filas em postos.
Neste fim de semana, uma nota distribuída por uma entidade de caminhoneiros convocando, por rede social e aplicativos de celular, uma nova greve para o dia 9 de setembro causou apreensão. Mas, a convocação, feita pela União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC), não foi reconhecida por outras entidades representativas da categoria.
Entre elas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) – a principal liderança da greve de maio – e sindicatos de diversas regiões do país. Foram registradas longas filas de carros em Belo Horizonte (MG) e Recife (PE) neste domingo (2).
Em meio aos crescentes rumores de uma nova paralisação, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que vai ajustar a tabela de preços mínimos de frete, por causa da alta recente de 13% no preço do diesel nas refinarias. Nessa segunda (3), técnicos da agência se reúnem com o ministro do Transportes, Valter Casimiro Silveira, para definir a calibragem do reajuste.
O tabelamento do frete rodoviário foi um dos pedidos dos caminhoneiros atendidos pelo governo Michel Temer para pôr fim, em maio de 2018, à paralisação da categoria que durou 11 dias e provocou grave crise de abastecimento no país.
Uma lei sancionada em 8 de agosto estabelece que uma nova tabela de preços deve ser publicada toda vez que o diesel variar mais do que 10%. A expectativa é de que os ajustes sejam anunciados em poucos dias.
Falta de fiscalização na tabela
Caminhoneiros também reclamam que a ANTT precisa fiscalizar a aplicação da tabela por parte dos contratantes, o que não estaria ocorrendo em várias partes do país. A ANTT argumenta, no entanto, que precisa de uma regulamentação específica para poder fiscalizar os preços cobrados no transporte de cargas – algo que nunca ocorreu no Brasil. Isso demanda discussões com todos os envolvidos e abertura de consulta pública, cujo prazo pode chegar a 60 dias. Na prática, a fiscalização não começará imediatamente. (Com informações da Agência Estado)