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Médico da rede pública do DF cobrou R$ 50 por consulta de paciente

John Goneli denuncia que oftalmologista o atendeu em sua clínica no momento em que deveria estar de plantão em hospital de Sobradinho

atualizado

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Alvo de investigação da Polícia Civil do DF (PCDF), o oftalmologista Hélvio Durante de Oliveira é acusado de dar expediente em clínica particular de sua propriedade no mesmo horário em que deveria estar de plantão no Hospital Regional de Sobradinho (HRS). A irregularidade foi denunciada pelo blogueiro John Goneli, 27 anos.

No dia 15 de março deste ano, Goneli procurou o Hospital Regional de Sobradinho para fazer uma consulta. No entanto, ao chegar ao setor de oftalmologia, funcionários informaram que o médico responsável não se encontrava e que o equipamento utilizado para realizar o exame estava inoperante.

“Eles me disseram que havia uma clínica baratinha que poderia me atender e era aqui pertinho. Como eu estava com muita dor de cabeça e nos olhos, fui lá me consultar. Paguei R$ 50. Quando recebi o atestado, vi que o nome do médico da clínica era o mesmo que estava ausente no hospital”, detalhou.

A local fica a 450 metros do hospital. Após uma breve pesquisa, o paciente descobriu a escala do profissional. Com os dados, constatou que os horários de atendimento na rede pública coincidiam com os da clínica. Diante da suposta irregularidade, Goneli registrou denúncias no Ministério Público do DF, na Secretaria de Saúde e na Polícia Civil.

A clínica Oftalmológica indicada a John Goneli é de Hélvio Durante. O blogueiro considerou a atitude do médico “absurda”. “Tive de pagar por uma consulta que deveria ter sido gratuita”, destacou.

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Hospital de Sobradinho
Paciente denunciou o caso para o MPDFT e para a PCDF
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Paciente denunciou o caso para o MPDFT e para a PCDF

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Operação

Na manhã desta quinta-feira (18/07/2019), Hélvio Durante foi alvo da Operação Bilocação, deflagrada pela Polícia Civil. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão. Acompanhados por promotores do MPDFT, agentes e delegados apreenderam celulares, documentos e agendas no hospital, na clínica e na casa do oftalmologista. Dados dos computadores da administração do HRS, como folhas de pontos e registros de atendimentos, também foram colhidos pelos investigadores.

A defesa do médico não foi localizada pela reportagem. Funcionários do hospital e da clínica informaram que ele está de férias, com volta prevista para 29 de julho. Segundo a PCDF, o médico agia da seguinte forma: alegava que um aparelho da unidade de saúde não estava funcionando e aproveitava para fazer os atendimentos na sua clínica particular, em horário de expediente.

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Médico investigado pela PCDF
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De acordo com a Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra a Administração Pública (Cecor), outras condutas similares foram denunciadas à Polícia Civil e ao Ministério Público, sendo que todas serão apuradas e, caso confirmadas, os servidores serão processados criminalmente. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que a direção do hospital está colaborando com as investigações policiais.

O termo “bilocação” é o nome dado ao ato de alguém poder estar em dois lugares distintos ao mesmo tempo. O delegado-chefe da Cecor, Leonardo de Castro, pede para que eventuais vítimas e testemunhas procurem a Polícia Civil para registrar ocorrência.

Denúncia

O caso foi noticiado pelo Metrópoles em maio deste ano. A Secretaria de Saúde informou, à época, que abriu processo administrativo para apurar a conduta do médico Hélvio Durante de Oliveira. Por meio de nota, a pasta confirmou ter aberto o procedimento investigatório na Unidade Setorial de Correição Administrativa para apurar a denúncia. “Enquanto a apuração está em andamento, a Secretaria de Saúde não pode passar detalhes, respeitando o sigilo dos procedimentos”, pontuou a pasta.

O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) também está apurando o caso, mas o processo segue em sigilo. Hélvio recebe do GDF remuneração básica de R$ 27 mil. Considerando os descontos, o salário é de cerca de R$ 20 mil, conforme consta no Portal da Transparência.

 

CRM-DF/Reprodução
O médico é investigado pela Secretaria de Saúde

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