metropoles.com

Medicina, direito e veterinária: veja de quais cursos eram alunos que fraudaram cotas na UnB

Universidade expulsa e cassa diploma de 15 alunos que teriam burlado regras para ingresso destinadas a negros e indígenas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
UnB
1 de 1 UnB - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Após processo interno, em andamento desde 2017, a Universidade de Brasília constatou que 15 alunos de sete cursos ingressaram na instituição mediante fraude. Eles burlaram o sistema de cotas criado pela universidade para garantir o acesso dos que pouco chegavam aos bancos do ensino superior, especialmente negros e indígenas.

Confira de quais cursos eram esses estudantes: 

  • Direito – 4
  • Medicina – 4
  • Ciências Sociais – 3
  • Letras-Francês – 1
  • Ciência da Computação – 1
  • Engenharia de Software – 1
  • Medicina Veterinária – 1

A decisão, inédita na história da Universidade de Brasília (UnB), determinou nessa segunda-feira (13/7) a expulsão dos 15 alunos identificados como fraudadores do sistema de cotas. Além dos expulsos, dois egressos tiveram os diplomas cassados e oito, que já estavam afastados da universidade por outros motivos, os créditos anulados.

Em junho deste ano, o perfil Fraudadores de Cotas UnB passou a compartilhar informações pessoais de candidatos, em sua maioria brancos, que teriam sido aprovados em vagas exclusiva para cotistas negros ou indígenas.

Segundo a comunidade, as fraudes teriam sido registradas no ingresso de estudantes das mais diversas áreas da graduação.

Confira: 

4 imagens
Movimento ocorre após casos na UFJF ganharem repercurssão
Perfil denúncia supostas fraudes
Perfil afirma estar recebendo enxurrada de denúncias
1 de 4

Em 11 horas, perfil conseguiu mais de 4,8 mil seguidores

Twitter/Reprodução
2 de 4

Movimento ocorre após casos na UFJF ganharem repercurssão

Twitter/Reprodução
3 de 4

Perfil denúncia supostas fraudes

Twitter/Reprodução
4 de 4

Perfil afirma estar recebendo enxurrada de denúncias

Twitter/Reprodução

 

UnB inocentou 73

Em nota, a UnB afirmou ter aberto sindicância em novembro de 2017, quando recebeu denúncia de fraude na utilização da política de cotas raciais por parte de 100 estudantes. A administração, então nomeou comissão para fazer a análise dos casos. Em 2018, mais um caso foi acrescido à lista.

De acordo com a instituição, foram descartados 73 estudantes em uma averiguação preliminar. Outros 28 foram investigados.

Em 2019, a universidade criou uma nova comissão para dar andamento ao processo. “Todos os envolvidos tiveram direito à ampla defesa e ao contraditório”, assegurou a instituição.

O relatório final desta segunda comissão, que deu subsídios à decisão da reitora, passou pela Procuradoria Federal junto à UnB, que validou o processo agora concluído.

Com o encerramento dos trabalhos, a comissão se extinguiu, mas a Universidade continua atenta a eventuais casos de fraude. As denúncias, quando ocorrem, são recepcionadas pela ouvidoria ou pelas unidades acadêmicas, que encaminham os casos para o Decanato de Ensino de Graduação (DEG), responsável pela abertura de sindicância.

A UnB pede que os alunos que desconfiarem de fraudes denunciem as supostas irregularidades na ouvidoria da universidade. A informação deve ser encaminhada via e-mail, pelo endereço ouvidoria@unb.br.

Polêmica antiga

Não é de hoje que a Universidade de Brasília se vê obrigada a apurar denúncias de irregularidades cometidas pelos estudantes no processo de admissão da instituição de ensino.

Quando o programa de cotas foi criado, a UnB designava uma banca para realizar, pessoalmente, a entrevista dos candidatos. Agora, o processo se dá por autodeclaração.

Em 2018, um erro no sistema de cotas da instituição ganhou repercussão após a UnB aceitar uma jovem como cotista e negar o direito à sua irmã. As duas são gêmeas univitelinas. O caso foi noticiado pelo Metrópoles.

As gêmeas Carina Bastos da Costa Soares e Marina Bastos da Costa Soares (veja galeria de fotos) prestaram o vestibular para o curso de medicina veterinária. Apenas uma delas foi aprovada nas vagas reservadas a estudantes de escola pública.

4 imagens
Pesquisa traça perfil de comportamento de alunos do ensino superior durante a pandemia
Admissão por cotas ocorre por autodeclaração
Aprovados na UnB
1 de 4

As gêmeas Carina e Marina

Arquivo pessoa
2 de 4

Pesquisa traça perfil de comportamento de alunos do ensino superior durante a pandemia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 4

Admissão por cotas ocorre por autodeclaração

JP Rodrigues/Metrópoles
4 de 4

Aprovados na UnB

Igo Estrela/Metrópoles

 

O problema foi levado para análise do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Em caráter liminar, a 17ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária determinou que a UnB matriculasse as duas estudantes.

Segundo o magistrado responsável pelo caso, Rodrigo Parente Paiva, houve comportamento contraditório da comissão avaliadora. “Não há argumentos jurídicos no caso, tendo em vista que, consoante aos autos, é possível observar que sua irmã idêntica restou enquadrada como cotista, enquanto a impetrante ficou de fora de tal lista”, alega a sentença.

À época, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), responsável pela seleção, disse que a candidata Carina Bastos não havia apresentado a documentação exigida.

Outro caso

Em 2007, Alan Teixeira da Cunha e Alex Teixeira da Cunha, 18 anos, gêmeos univitelinos, passaram pela mesma situação. Na ocasião, os jovens – filhos de pai negro e mãe branca – disputavam vagas no vestibular da UnB por meio do sistema de cotas raciais. À época, a regra previa apenas critérios de raça e não socioeconômicos ou de origem escolar.

A submissão de fotografias à banca avaliadora levou o júri a decidir que Alan era negro, mas, Alex, não. O irmão “branco” recorreu – possibilidade prevista no edital do vestibular. A decisão foi mudada, mas os gêmeos não passaram no vestibular daquele ano.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?