“Me sinto vazia e solitária”, desabafa mãe de DJ assassinado no Conic
Cesarina Linhares se manifestou pela primeira vez em texto emocionante, no qual reflete sobre o luto e a dor de perder o filho
atualizado
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Um mês após a morte do DJ Yago Linhares Sik, 23 anos, assassinado após uma festa no Conic, no Plano Piloto, a mãe do jovem usou as redes sociais para fazer um desabafo. Em uma emocionante postagem no Facebook, Cesarina Linhares se manifestou pela primeira vez em uma reflexão sobre a dor de perder um filho: “O luto dói psicologicamente, fisicamente e espiritualmente. Eu me sinto vazia e solitária em todos esses aspectos”, escreve.
No texto, a mulher fala sobre a dificuldade em aceitar a morte do jovem: “No dia em que você nos deixou… As pessoas iam saindo lentamente, em silêncio, enquanto eu me deixava ficar, esperando que em uma reviravolta louca você se levantasse dizendo que era uma brincadeira de mau gosto. Sim, é absurdo, mas aprendi que no luto o absurdo é o comum de quem ama. Depois que todos se foram, ela veio com o silêncio e o frio: a dor pungente”.
Em meio à onda de violência em que vive o brasiliense, a mulher mostra que a insegurança vai além da perda de objetos, bens e dinheiro. E não se limita à perda de vidas e da dignidade daqueles que são alvos de homicídios, latrocínios e estupros. A questão é muito maior e atinge em cheio aqueles que ficam e não conseguem estancar a dor e a saudade: parentes e amigos.
Confira a postagem:
Homicídio triplamente qualificado
Yago Sik foi morto após defender uma amiga que tinha sido agredida pelo ex-namorado dela, Lucas Albo, 22 anos, na madrugada do dia 2 de julho. Três dias depois, o assassino foi preso de confessou o crime.
Em 21 de julho, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) denunciou Lucas por homicídio triplamente qualificado. De acordo com os promotores, ele agiu por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e expôs terceiros a perigo comum. O jovem também foi denunciado por ameaça contra a ex-namorada e porte ilegal de arma de fogo.
A denúncia da 4ª Promotoria do Tribunal do Júri de Brasília destaca também que o relacionamento de Lucas com a ex-namorada era marcado pela postura agressiva do rapaz, que chegou a ameaçá-la e agredi-la em algumas oportunidades.
Segundo o documento, o denunciado agiu por motivo torpe, já que matou Yago pelo fato de ele ter tentado defender a ex-namorada do réu. Ainda de acordo com o MPDFT, o crime foi praticado mediante emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, pois Lucas o atacou em um momento imprevisto. Além disso, expôs terceiros a perigo comum, já que havia uma aglomeração de pessoas no local.
De acordo com a Polícia Civil, Lucas Albo tem outras seis passagens por porte de arma, de drogas, ameaça e disparo de arma de fogo.