Material escolar aumenta em média 10% no DF. Veja como economizar
Preços são pressionados por inflação, alta do dólar e falta de produtos. Alguns itens tiveram aumentos maiores, entre 20% e 100%
atualizado
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O preço do material escolar aumentou, em média, 10% no Distrito Federal na comparação entre os valores praticados em 2021 e as listas elaboradas pelas escolas para 2022. Determinados itens tiveram reajustes maiores. Por exemplo, papel ficou de 15% a 20% mais caro no período e certos modelos de lápis de cor tiveram alta de 100%.
A servidora pública Mariléia Goin, 37 anos, sentiu no bolso o aumento na compra do material para a filha, de 4 anos. Em 2021, a lista custou, aproximadamente, R$ 300. O gasto saltou para cerca de R$ 450. Ou seja, a compra ficou 50% mais salgada para o orçamento da família.
Alta dos preços de material escolar:
“A compra do material está sendo bastante desafiadora. Os preços aumentaram muito comparado ao ano passado. E também a gente acaba abrindo mão de algumas coisas, considerando o preço. Antes, a gente olhava a marca, a qualidade. Hoje, a gente olha o preço”, afirmou.
“Do jeito que está a inflação, o custo de vida tem aumentado bastante. E para a gente conseguir encaixar o material escolar no cotidiano da vida, considerando que os salários permanecem os mesmos, é um desafio bem grande”, ressaltou. Mariléia deixou de comprar fitas coloridas.
O aumento no valor do lápis de cor assustou a servidora. Para 2021, o preço foi de R$ 19,90. Em 2022, o item saltou para R$ 39,90. O aumento foi de 100,5%. “O papel colorido custava R$ 3,99. Agora, está R$ 6,99”, contou. Mariléia pesquisou preços em três papelarias. E comprou os itens mais baratos em cada uma.
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Pandemia
Na avaliação do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindipel-DF) e presidente da Federação do Comércio do DF (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, a recomposição de preços segue a inflação. “Temos, em média, 10% de reajuste nos produtos nacionais”, afirmou.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no DF, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo para papelaria teve variação de 11,82% nos últimos 12 meses. No mesmo período, o índice geral do indicador foi de 9,30%.
Os produtos importados são calculados com o câmbio do dólar. Nesse caso, o aumento é acima de 10%. Para Aparecido, o retorno das aulas 100% presenciais nas escolas públicas tem potencial para reaquecer o setor. “Com as aulas on-line, o consumo de material é mínimo. Praticamente, não houve venda de livros”, explicou.
Listas
Atualmente, o DF conta com cerca de 700 papelarias. Desse total, 448 foram credenciadas para receber o Cartão Material Escolar do Governo do Distrito Federal (GDF). Antes da pandemia de Covid-19, o setor empregava 7 mil pessoas. Em novembro 2022, tem 4 mil trabalhadores contratados. Ou seja, perderam-se 3 mil empregos no setor.
Com o avanço da vacinação, a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), Ana Elisa Dumont, nutre a expectativa de um ano letivo mais próximo do antigo normal em 2022.
Cada escola tem liberdade para formular a lista de material escolar. Entretanto, pela legislação, a requisição precisa ter objetivo pedagógico. As justificativas precisam estar claras em um plano de execução pedagógica, incluindo os períodos para a utilização dos itens. O documento deve estar à disposição de mães e pais para consulta.
“Você pegar um cano de PVC, por si só, ele não tem fim pedagógico. Se colocá-lo dentro de uma aula de cultura maker, em que o estudante vai construir um circuito de água ou propagação de som, ele passa a ter um fim pedagógico”, explicou Dumont.
Papel
Muitas escolas produzem material pedagógico próprio. Nesse caso, o Sinepe não tem mapeamento dos preços. “Mas, com o aumento da inflação, os materiais escolares tiveram um aumento considerável. Como exemplo temos o papel de uso diário e rotineiro dentro da escola. Os papeleiros têm colocado aumento de 15% a 20%”, contou.