“Matei mesmo”, diz adolescente que confessou assassinato no DF
Jovem e namorado foram presos pelo assassinato de Edna Maria. Eles alegam vingança, mas PCDF não descarta a hipótese de feminicídio
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trabalha com a hipótese de que Edna Maria de Souza, 41 anos, tenha sido vítima de homicídio qualificado, na prória casa (foto em destaque), praticado por uma adolescente de 16 anos e o namorado dela, de 31. Os investigadores, no entanto, não descartam a hipótese de que ela tenha sido vítima de feminicídio, e apuram se o companheiro tem participação no crime.
Na 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), responsável pelas investigações, a menor de idade confessou ter matado a mulher com três facadas, que a atingiram no queixo, pescoço e barriga. “Matei mesmo e vou matar mais”, teria dito a adolescente aos agentes ao ser detida na Quadra 513 de Samambaia.
O motivo alegado pela adolescente para matar Edna seria o fato de ela ter comentado que a jovem e o namorado teriam sido os autores de um homicídio ocorrido no dia 17 de novembro de 2019, contra Fernando Bezerra, conhecido como Galego.
Segundo o delegado cartorário da 32ª DP, Daniel Monteiro, quando os agentes chegaram para atender a ocorrência, encontraram Edna nos braços do companheiro, que estava sentado no sofá de casa, aos prantos, segurando a mulher.
“Ao nos depararmos com aquela cena, nós o levamos para a delegacia para que ele esclarecesse o que havia acontecido ali. Suspeitamos inicialmente se tratar de feminicídio, mas encontramos o casal apontado como autor do crime e eles confessaram. Importante dizer que nenhuma hipótese está descartada”, disse o delegado.
Ainda segundo o delegado, o companheiro da adolescente que confessou ter desferido as facadas seria preso de qualquer forma, pois tinha um mandado de prisão em aberto conta ele por tráfico de drogas.
O casal suspeito vivia nas ruas de Samambaia e atuava como vigia de carros. A menina foi levada para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). O homem seguiu para a 32ª DP.
A polícia quer saber se uma informação prestada pela família de Edna é verdadeira. Segundo parentes da vítima, ela estava separada do companheiro e tinha medo dele. Familiares o acusaram, inclusive, de mandar a adolescente atacar a mulher com uma pedra. O golpe, naquela ocasião, a teria atingido na perna.
Os parentes da mulher também não acreditam que ela tenha sido alvo de queima de arquivo, pois nunca teria mencionado quem seria o autor da morte de Galego. Também não consta nos registros da PCDF denúncia registrada por Edna informando que o casal teria praticado outro assassinato.
O inquérito que investiga a morte de Galego, ocorrida em novembro passado, está prestes a ser concluído e será encaminhado ao Ministério Público.