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Martorelli queria indicação ao TCDF caso Filippelli chegasse ao Buriti

Ex-presidente da Novacap pedia insistentemente cargos para o ex-vice-governador. Ambos são réus na Panatenaico

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nilson martorelli
1 de 1 nilson martorelli - Foto: Reprodução/Internet

Réus na Operação Panatenaico, o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) e o ex-presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) Nilson Martorelli (foto em destaque) foram interceptados pela Polícia Federal enquanto negociavam cargos. Em um dos diálogos, Martorelli pressiona Filippelli para que o emedebista conseguisse nomeá-lo para algum cargo de expressão.

Em uma das conversas, Martorelli diz acreditar que Filippelli se elegeria este ano para o governo local e pede ao ex-vice uma indicação ao posto de conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).

De acordo com os investigadores, os pedidos de Martorelli em busca de um emprego público junto ao seu “padrinho político” – como ele se referia a Filippelli – eram “incessantes”. Nilson Martorelli se vangloriava a amigos sobre seu futuro político e até mesmo prometia cargos para companheiros.

“Pô, eu tenho um amigo de longa data, influente, com grande chance de ser nosso futuro governador, que vai me indicar para o TCDF. Portanto, não posso manchar meu currículo. Não sei se vocês o conhecem. Aí vou levar todo mundo para o meu gabinete”, disse Martorelli.

O ex-presidente da Novacap foi alvo da delação de Rodrigo Leite, ex-executivo da Andrade Gutierrez. A colaboração consta na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) já aceita pela Justiça. Filippelli e Martorelli estão entre os 12 réus acusados de desvios nas obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

 

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Filippelli tenta se justificar sobre denúncias, acusando o governador Rodrigo Rollemberg
Diálogo em que Martorelli diz ser ser afilhado político de Filippelli
Na conversa com Filippelli, Martorelli manda mensagem de apoio ao presidente Michel Temer, sem esquecer-se de lembrar as vagas abertas
O desejo de Martorelli naquele momento, de ir para os Correios, ganha um banho de água fria
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Martorelli aponta a Filippelli postos vagos no governo federal

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Filippelli tenta se justificar sobre denúncias, acusando o governador Rodrigo Rollemberg

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Diálogo em que Martorelli diz ser ser afilhado político de Filippelli

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Na conversa com Filippelli, Martorelli manda mensagem de apoio ao presidente Michel Temer, sem esquecer-se de lembrar as vagas abertas

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O desejo de Martorelli naquele momento, de ir para os Correios, ganha um banho de água fria

 

Durante o período de troca da diretoria dos Correios, Martorelli chegou a pedir que Filippelli intercedesse junto ao presidente Michel Temer (MDB) para nomeá-lo como um dos diretores da estatal. Ele argumentava, ainda, que o chefe do Executivo federal só havia indicado um nome, e as outras vagas ainda seriam trocadas.

O pedido, depois de inúmeras mensagens insistentes, acabou ganhando um balde de água fria. Filippelli disse ao afilhado que as nomeações nos Correios estavam sendo feitas pelo PSD e, portanto, não havia conseguido sucesso.

Em outro momento, quando Tadeu Filippelli estava em uma reunião no Palácio do Planalto, Nilson Martorelli solicita que o ex-vice-governador não se esqueça de pedir algo para ele em estatais e outras entidades, como a “Anvisa, Antaq, Anac, Infraero, Senai e Dnit”. “Estou querendo e precisando trabalhar”, diz.

Além dos insistentes pedidos de emprego, Martorelli tinha outra função na agenda de Tadeu Filippelli: ele era o responsável por lembrar ou avisar o ex-vice-governador sobre os aniversários e mortes de aliados políticos e nomes importantes do cenário local.

Essas informações constam na denúncia do MPF divulgada nesta sexta-feira (4/5).

Outro lado
Procurado pelo Metrópoles, Tadeu Filippelli minimizou as conversas com Martorelli. “Se frases como essas ganharem importância em uma denúncia, imagina a qualidade da denúncia que está sendo apresentada”, desdenhou o ex-vice-governador.

O político disse que, apesar da insistência, ignorou as demandas de Martorelli. “Nunca levei à frente esses pedidos, nem ao presidente Temer. Tanto é que ele nunca foi nomeado em um cargo no governo federal. Todo mundo pede algo, desde emprego até uma simples apresentação, mas a gente não leva isso para frente”, disse.

Até a última atualização desta reportagem, Martorelli não havia sido localizado para comentar a denúncia.

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