Marinha vai periciar lancha onde estava advogado morto no Lago Paranoá
Autoridade marítima afirma que objetivo das investigações é definir “causa determinante da queda e o responsável pelo ocorrido”
atualizado
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A Marinha do Brasil afirmou, nessa quinta-feira (6/8), que abrirá inquérito para averiguar a lancha e o proprietário da embarcação em que estava o advogado Carlos Eduardo Marano Rocha, 41 anos – encontrado morto após se afogar no Lago Paranoá.
Ao Metrópoles, a autoridade marítima afirmou que os peritos irão verificar as condições gerais da embarcação e se a documentação da lancha estava em situação regular.
O objetivo da investigação, segundo a Marinha, é apurar a “causa determinante da queda do advogado e o responsável pelo ocorrido”.
A suspeita é que a falta de visibilidade no horário da queda tenha dificultado a ação do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) no trabalho de localização da vítima. O socorro deslocou-se para o Lago Paranoá às 18h55 e chegou às 19h02 ao espelho d’água.
Vale ressaltar que a Marinha não proíbe o tráfego de lanchas no período noturno. Apenas a circulação de embarcações com motorização de até 50 HP e de motos aquáticas é vedada em função dos veículos não possuírem luzes de navegação.
Corpo localizado
O corpo de Carlos Eduardo foi localizado no início de noite de terça-feira (4/8), próximo ao clube Cota Mil. O advogado estava desaparecido desde o último sábado (1º/8), após supostamente ter caído de uma lancha.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trata o episódio como acidente. Os depoimentos colhidos pelos investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), responsável pelo caso, reforçam a tese.
Das 12 pessoas que estavam na lancha, oito foram ouvidas pela polícia. O celular do advogado foi localizado por familiares em uma das embarcações e será encaminhado para perícia. Caso comprove que ocorreu, de fato, um acidente, é possível que não haja responsabilização criminal por falta de nexo de casualidade, explicou um dos investigadores à reportagem.
Quem é
Carlos Eduardo era carioca e trabalhava para o escritório paulista Leite, Tosto e Barros Advogados. Ele era separado, não deixa filhos e morava no Noroeste. O advogado cuidava das áreas de agências reguladoras, consumidor, contencioso e resolução de conflitos, além de contencioso estratégico em tribunais superiores.
Ele tinha experiência profissional de 14 anos, mais especificamente sobre direito obrigacional, contratual, bancário, como também expressiva prática na realização de auditorias.
Formou-se em direito pelo Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro) e fez pós-graduação em direito civil e processual civil pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, e em direito público pela Fortium Cursos Jurídicos, no DF.
Um vídeo mostra o advogado antes de ele desaparecer. Carlos Eduardo participava de um passeio de lancha com amigos no sábado (1º/8). Confira as imagens: