metropoles.com

Marinha abre sindicância para apurar morte de fuzileiro naval no DF

Como mostrou o Metrópoles, não há consenso sobre as circunstâncias e a causa do óbito. Miquéias Gabriel Ferreira, 22 anos, faleceu dia 17

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Facebook
miqueias1
1 de 1 miqueias1 - Foto: Reprodução/Facebook

A Marinha do Brasil abriu sindicância para investigar as circunstâncias da morte do soldado Miquéias Gabriel Ferreira, de 22 anos, na última quinta-feira (17/1). O objetivo do processo administrativo é esclarecer as causas e as circunstâncias do óbito.

Como mostrou o Metrópoles, colegas de farda afirmam que o rapaz se queixava de problemas de saúde e não resistiu à pesada jornada de trabalho no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, que aumentou desde o fim do ano passado.

Praças que servem na mesma guarnição de Miquéias relataram estar submetidos, há mais de um mês, a uma rotina extenuante, com jornadas de trabalho de mais de 30 horas seguidas, alimentação escassa e pouco tempo de descanso.

Apendicite
O corpo do soldado foi liberado por volta das 18h desse sábado (20), após passar por necrópsia. A Marinha do Brasil divulgou nota afirmando que “não foi encontrada relação entre a causa da morte e as atividades realizadas pelo militar em serviço”.

Colegas de farda e familiares receberam, no entanto, um áudio de um amigo de Miquéias. Ele relata que o soldado teria morrido em decorrência de uma apendicite.

“A autópsia acabou de ser finalizada. A médica disse que o coração estava bom. O que aconteceu é que ele tinha uma variação anatômica e o apêndice não era no lugar normal. Então, o apêndice inflamou e como não era no lugar normal, ele não sentia dor localizada. Aí os médicos, administrando remédio para dor, sem fazer uma bateria de exames nem nada. O apêndice inflamou, estourou. E só descobriu, infelizmente, com a autópsia”, diz o amigo de Miquéias na gravação.

O colega do militar completa: “Desde o Natal, ele já estava se queixando dessas dores. E simplesmente aplicavam remédio para dor e febre e liberavam ele. Então, é isso. Nós perdemos nosso amigo de graça”.

Confira:

 

Circunstâncias do óbito
Também não há consenso sobre as circunstâncias da morte de Miquéias. Segundo os praças, o fuzileiro estava em trabalho, fazendo serviço de guarda, quando passou mal na última quinta-feira (17). “Ele foi na enfermaria do grupamento, mas não havia médico. Então, foi para casa. Piorou e seguiu para o Hospital Naval de Brasília, onde faleceu”, contou um colega.

Já a assessoria de imprensa do Comando do 7º Distrito Naval diz que Miquéias estava de licença médica. Em nota, a Marinha informou que, na última quarta-feira (16), “o militar procurou a enfermaria do Grupamento, no período matutino, relatando que no dia anterior havia ingerido uma ‘coxinha de frango’ e estava sentindo dores abdominais, solicitando um antiácido”.

Segundo o texto, “no mesmo dia, após ele ter sido licenciado, o militar, por meios próprios, buscou atendimento no Hospital Naval de Brasília, por volta das 18h40, onde foi atendido, medicado e liberado com as devidas orientações e prescrições médicas, recebendo, na oportunidade, uma dispensa domiciliar para repouso de dois dias corridos”.

A nota informa ainda que, na quinta-feira (17), por volta das 17h, “o militar regressou ao Hospital Naval de Brasília, ainda queixando-se de dores abdominais, sendo atendido no serviço de pronto-atendimento, onde foi novamente avaliado e medicado”. Foi quando, segundo a Marinha, o quadro de Miquéias piorou.

“Durante o período em que estava recebendo a medicação, o militar sofreu uma parada cardiorrespiratória, por volta das 18h40. Imediatamente, a equipe médica do hospital iniciou os procedimentos de reanimação, utilizando todos os recursos possíveis na tentativa de reversão do quadro”, diz a nota.

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do Comando do 7º Distrito Naval, “às 21h30, o militar teve seu óbito confirmado. Às 23h, o corpo do militar foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito do Distrito Federal para necrópsia e apuração da causa da morte”.

A Marinha também informou que “está prestando todas as informações e apoio social, religioso e psicológico à família do militar”.

Sepultamento
Amigos e familiares de Miquéias se reuniram em Januária (MG), para prestar homenagens ao soldado. Segundo parentes, o Instituto Médico Legal do Distrito Federal liberou os restos mortais no início da tarde de sábado (19), após autópsia.

O translado para o município mineiro, contudo, só ocorreu na madrugada, atrasando a cerimônia de despedida marcada para acontecer na igreja onde o pai de Miquéias é pastor. A Marinha disponibilizou um ônibus para levar militares que serviam com o soldado em Brasília para a despedida no interior mineiro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?