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Marinésio é transferido e mantido em cela isolada na Papuda

Cozinheiro, que está no Pavilhão de Segurança Máxima do presídio, confessou ter assassinado Letícia Sousa Curado e Genir Pereira de Souza

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1 de 1 Suspeito-de-sequestrar-Leticia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Assassino confesso de Letícia Sousa Curado, 26 anos, e Genir Pereira de Sousa, 47, o cozinheiro desempregado Marinésio dos Santos Olinto, 41, foi transferido nesta semana para o Complexo Penitenciário da Papuda. O maníaco, no entanto, está isolado dos demais presos, pois corre o risco de retaliações na unidade prisional.

A decisão de mantê-lo separado dos detentos foi tomada diante da repercussão do caso e pela gravidade dos crimes cometidos por ele. Por isso, o cozinheiro está em cela isolada no Pavilhão de Segurança Máxima do presídio.

Marinésio está preso desde 25 de agosto, após a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrar imagens que mostravam o homem abordando Letícia em parada de ônibus de Planaltina. Segundo os investigadores, ele se passou por loteiro para fazer a funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) entrar no carro. Sob o pretexto de que a levaria para a Rodoviária do Plano Piloto, o preso assediou a advogada no caminho e a matou esganada, após ela se recusar a manter relações sexuais.

Denunciado

Pelo crime, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) o denunciou, em 17 de setembro. Além de Letícia, o cozinheiro também confessou ter matado Genir Pereira de Sousa. Desde que o caso veio à tona, 17 mulheres ou familiares de desaparecidas procuraram a PCDF para denunciar Marinésio. A corporação ainda aguarda resultados de exames de DNA para saber se ele tem relação com pelo menos outros sete casos de estupros e assassinatos (veja lista abaixo).

Os testes estão sendo realizados a pedido de delegacias que investigam crimes possivelmente ligados ao cozinheiro. Além de material genético do próprio acusado, foram recolhidas amostras na Blazer prata que ele teria usado nos crimes.

No fim do mês de agosto, Marinésio foi reconhecido por uma garota de 17 anos e por uma dona de casa de 43. Elas contam terem sido abordadas em paradas de ônibus e estupradas. O reconhecimento facial foi feito no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade.

A lista de acusações contra Marinésio inclui crimes como assassinato, estupro e assédio sexual. Entre as semelhanças que o colocam como suspeito dos casos, está o modus operandi adotado por ele. Aos investigadores da PCDF, o maníaco revelou que tinha o hábito de pegar o carro nos dias de folga e circular pela cidade atrás de mulheres.

Também contou que costumava abordar as que estavam sozinhas em paradas de ônibus. Na versão dada aos policiais, ressaltou que oferecia carona para a rodoviária e, no trajeto, assediava as vítimas.

Confira os casos que aguardam resultados de exames de DNA:

1) Gisvania Pereira dos Santos Silva, 34 anos – Ela foi filmada pela última vez às 4h40 do dia 6 de outubro de 2018 por câmeras de segurança de um posto de gasolina em Sobradinho, região onde morava com os pais e a filha, de 15 anos. No vídeo, Gisvania estava acompanhada de um homem. Ele foi identificado à época, mas a polícia descartou a participação dele no sumiço da mulher, pois ela saiu sozinha do posto.

Reprodução
Gisvania foi vista pela última vez em posto de gasolina em Sobradinho

 

2) Adolescente de 17 anos – Jovem diz ter sido estuprada, abandonada e chamada de “lixo”. Ela também foi abordada pelo cozinheiro em parada de ônibus. Para que entrasse no carro, o maníaco a ameaçou de morte com uma faca. A vítima foi levada à região de pinheirais, no Paranoá, onde foi abusada pelo suspeito. A adolescente foi a primeira a denunciar que Marinésio usava carro diferente da Blazer prata apreendida.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

3) Moradora do Paranoá, de 43 anos – Segundo a vítima, que pediu para não ter o nome divulgado, ela chegou a tentar o suicídio duas vezes devido ao trauma causado pela violência sofrida: afirma ter sido estuprada e espancada. A vítima parou de trabalhar e fez acompanhamento psiquiátrico. Hoje, tem depressão e síndrome do pânico. O caso ocorreu em 2017. Naquele ano, Marinésio teria ameaçado a mulher de morte após ela tentar escapar do veículo do algoz. Aos investigadores, a vítima relatou que o maníaco estava em um carro vermelho.

Allane Moraes/ Esp. para o Metrópoles

4) Babá moradora da Fercal – Antonia Rosa Rodrigues Amaro está desaparecida há um ano e meio após ter se dirigido a uma parada de ônibus. Ela era babá em uma casa do Lago Sul. A Polícia Civil do DF acredita que o cozinheiro tenha envolvimento com o sumiço dela;

5) Marília de Lurdes Ferreira – Desaparecida em agosto de 2012, ela foi achada morta um mês depois, na linha férrea dos arredores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). De acordo com familiares, Marília desapareceu após deixar o local de trabalho em direção a uma parada de ônibus para pegar transporte até agência da Caixa Econômica Federal, mas nunca chegou ao destino. A família acredita que ela tenha sido sequestrada por um motorista de transporte pirata.
Material cedido ao Metrópoles

 

6) Caroline Macêdo Santos – A adolescente de 15 anos foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio do ano passado. A jovem era amiga da filha de Marinésio dos Santos Olinto e morava a 800 metros da casa do cozinheiro, no Vale do Amanhecer. Caso foi reaberto após prisão do maníaco.

Facebook/Reprodução
Caroline era muito amiga da filha do maníaco e morava a 800 metros da casa deles, no Vale do Amanhecer

7) Fabiana Santa Alves, 27 anos – Trabalhava como garçonete em um estabelecimento na Estrutural e teria sido deixada pelo namorado dentro de um ônibus rumo ao Paranoá. Após o desaparecimento, em 2013, a família passou a desconfiar do rapaz, mas nunca teve retorno da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), onde o inquérito segue em aberto.

Arquivo pessoal
Fabiana desapareceu em 2013

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