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Marcha das Flores reúne manifestantes contra a cultura do estupro

Protesto contou com flores e gritos de justiça pela prisão dos envolvidos no estupro coletivo de uma jovem no RJ

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1 de 1 marcha das flores - Foto: Gabriel Pereira/Metrópoles

A Marcha das Flores, protesto contra a cultura do estupro e pelos direitos e empoderamento da mulher, reuniu neste domingo (29/5) aproximadamente 1,8 mil pessoas na Praça dos Três Poderes, na região central de Brasília. As manifestantes depositaram flores aos pés da estátua da Justiça para pedir que os estupradores da jovem de 16 anos violentada no Rio de Janeiro sejam punidos e carimbaram suas mãos de tinta vermelha na fachada do prédio do Supremo Tribunal Federal.

Antes de atirarem as flores em direção ao órgão, as mulheres fizeram uma contagem regressiva do número 30 até o “nenhum”, lembrando dos 30 homens que estupraram a adolescente no Rio de Janeiro. O momento foi um dos mais marcantes da manifestação. Muitas choraram emocionadas. Nos gritos e cartazes, elas pediram a saída do presidente interino Michel Temer e do deputado Jair Bolsonaro, cantaram contra o machismo, a homofobia, reforçaram que não há justificativa para qualquer ato de estupro e pediram respeito e mais educação contra o estupro.

 

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Na chegada à praça, uma das mulheres pulou a grade de proteção para chegar até a estátua, fazendo com que um segurança do local reagisse. Vendo a situação, algumas manifestantes seguiram a colega e derrubaram a cerca, provocando um início de confusão. A polícia militar usou spray de pimenta para conter o público. Ninguém foi detido, mas uma mulher precisou de atendimento médico.

Por todas as “Anas”
A marcha foi organizada por várias frentes e coletivos de mulheres e teve a participação de vários setores da sociedade. Ana Beatriz Goldstein foi representando a Secretaria da Mulher do GDF. “Precisamos de políticas públicas educacionais. O que aconteceu com a jovem no Rio foi uma violação dos direitos das mulheres e jovens, mas é maior que isso. É por todas as ‘Joanas’ e ‘Anas'”.

A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) também marchou junto com as mulheres. Ela disse que movimentos como a marcha do domingo (29/5) e outras manifestações são importantes para “tirar a invisibilidade” de casos como o do estupro coletivo no Brasil. “São 50 mil notificações por ano, mas estima-se que esse número chegue a 500 mil. Por causa da culpabilização da vítima, as mulheres têm medo de denunciar, de falar. A mulher é dona do seu corpo. Não somos propriedade”, afirmou.

As estudantes Vanessa Müller, de 16 anos, e Mariane Brzezowski, 17, foram à marcha pedir por educação e justiça. “Temos uma amiga que foi estuprada e foi muito ruim o processo de denunciar o caso. Os policiais ficavam perguntando se ela tinha mesmo certeza”, contaram. “Ninguém tem o direito de tocar no corpo das mulheres. Somos vítimas de assédio e violência todos os dias”.

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