Manifestantes pedem intervenção militar na Esplanada dos Ministérios
Protesto reuniu pelo menos 1,5 mil pessoas na noite dessa segunda-feira (28/5) e tinha como pano de fundo a greve dos caminhoneiros
atualizado
Compartilhar notícia
Cerca de 1,5 mil pessoas protestaram na Esplanada dos Ministérios na noite dessa segunda-feira (28/5). A manifestação, que tinha como pano de fundo a greve dos caminhoneiros, ganhou contornos políticos e mais radicais.
Entre outras coisas que atentam contra a democracia, os manifestantes defenderam a intervenção militar no país, o fechamento da Câmara dos Deputados, do Senado e a saída do presidente da República Michel Temer (MDB).
Os manifestantes passaram em frente aos ministérios, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF) aos gritos de “vai trabalhar”. Bradaram ainda: “Fora, Gilmar”, em referência ao ministro da Corte Suprema Gilmar Mendes. No Palácio do Planalto, as palavras de ordem eram contra o presidente Temer.
Por volta das 20h40, na Praça dos Três Poderes, o grupo parou e começou a cantar o Hino Nacional.
Durante a passeata, a Polícia Militar interrompeu quatro faixas.
O protesto foi convocado pelo grupo intitulado Juntos Para Cima, que não declara apoio à interferência do Exército. Mas, como ganhou as redes sociais e grupos de WhatsApp, acabou se tornando um evento pró-intervenção militar.
O grupo se declara apartidário e surgiu durante a greve dos caminhoneiros. Idealizador do movimento, o empresário Marcus Vinúcius, 35 anos, começou a divulgar os protestos no sábado (26), em grupos de WhatsApp.
“Eu entrei em contato com alguns amigos que estão em muitos grupos de WhatsApp. Eles pediram para outras pessoas e fomos criando uma corrente. Muitos entenderam que era um pedido de intervenção, mas nós não pedimos isso. Queremos mais diálogo”, diz o empresário.
Por volta das 21h10, os manifestantes deixaram a Praça dos Três Poderes e subiram a via N1 em direção à Rodoviária do Plano Piloto. Cinco faixas foram interditadas durante o percurso.
O auxiliar de cobranças Eduardo Lobo, 27, acha que não é o momento para intervenção militar, mas foi manifestar pela redução de impostos. “Eu saí de casa pela redução da gasolina. Minha moto está parada desde quinta-feira [24/5]. Como sou eleitor do [deputado Jair] Bolsonaro, eu quero que tenha eleições”, diz.
Pelo artigo 23 da Lei de Segurança Nacional, incitar a subversão da ordem política e social é crime. A pena prevista é de 1 a 4 anos de prisão.