Manifestantes fazem ato contra racismo na Embaixada da Espanha em apoio a Vini Jr.
Manifestantes de coletivos sociais promoveram ato em frente à Embaixada da Espanha, no Lago Sul nesta quinta-feira (25/5)
atualizado
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Em solidariedade ao jogador de futebol Vinícius Júnior, vítima de racismo durante partida do Campeonato Espanhol no último domingo, manifestantes de coletivos sociais organizaram ato em frente à Embaixada da Espanha, no Lago Sul. O protesto aconteceu no fim da tarde desta quinta-feira (25/5).
Com o lema Cartão vermelho para o racismo!, o ato foi organizado pelo grupo Pelas Vidas Negras do Distrito Federal. A manifestação contou, também, com o apoio da Coalizão Negra por Direitos; Kizomba-DF; Uneafro Brasil e outras entidades.
“Um jovem negro brasileiro vê sua humanidade sendo atacada ano após ano com a conivência de autoridades espanholas, que em vez de apoiá-lo e protegê-lo, o acusa de ser responsável pelos ataques que vem sofrendo nos últimos anos, como fez o presidente da La Liga (Javier Tebas)”, escreveu o coletivo Pelas Vidas Negras.
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A organização continuou: “Não podemos deixar que a narrativa anti-negra prevaleça à luta ancestral por dignidade e valorização da nossa identidade e cultura”. O ato ainda comemora o Dia da África, celebrado nesta quinta-feira (25/5).
A professora Wall Moraes, 65 anos, comenta que a principal importância do ato é dar visibilidade social ao racismo no futebol: “Nós estamos aqui também para denunciar a discriminação racial, o preconceito e o racismo contra jovens pretos”.
“Gostaria de concluir falando da dor que, com certeza, a mãe do Vini Jr. sentiu durante todo esse tempo que ele está no Real Madrid. Ouvindo chamá-lo de macaco, fazendo gestos. Eu, como mãe preta, me coloco no lugar dela porque com certeza isso não ficou só na Espanha”, diz Moraes.
Aline Costa, 37, integrante da coalização e do movimento negro unificado, ressalta que o caso de racismo envolvendo Vini Jr. não é isolado. “Houve uma omissão das autoridades competentes da Espanha e é por isso que estamos aqui na Embaixada da Espanha e não em outro lugar. […] A gente precisa continuar essa postura anti-racista todos os dias”, considera.