metropoles.com

Manifestante jogado no chão por PMs em ato de enfermeiros: “Não estou resistindo”

Manifestantes que estavam no local se revoltaram com a ação, classificada como truculenta, e tentaram intervir. PMDF diz que houve incitação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Manifestação enfermagem Esplanada
1 de 1 Manifestação enfermagem Esplanada - Foto: Reprodução

O manifestante preso por desacato durante ato realizado na Esplanada dos Ministérios, na manhã desta segunda-feira (3/7), não resistiu à abordagem policial. A partir das imagens divulgadas por enfermeiros que participavam do protesto, é possível ver que o homem não apresentou resistência e, em diversos momentos, tenta conversar com os policiais militares dizendo: “Eu não estou resistindo, só quero me levantar”.

Durante as tentativas de conversa, um vídeo mostra um dos PMs colocando o joelho na barriga do manifestante que estava deitado no chão e já imobilizado. Logo em seguida, a gravação mostra o homem, que seria um psicólogo, tentando levantar e caindo no chão em meio aos policiais. Depois, ele é algemado e retirado do local pelos PMs.

Os manifestantes que estavam no local se revoltaram com a ação, classificada por eles como truculenta, e tentaram intervir, exclamando frases e palavras como “Respeita a enfermagem” e “Covardes”. No vídeo é possível ver algumas pessoas tentando conversar com os policiais para acalmar a situação.

A Polícia Militar do DF (PMDF) informou que o detido não pertence a nenhum quadro de enfermagem e é morador do Rio Grande do Norte. De acordo com o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate), o cidadão preso é psicólogo, mas integrava o ato em solidariedade aos profissionais de enfermagem.

O homem foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia (área central) e, após pagamento de fiança, foi liberado. 

Assista:

Em nota, a PMDF afirmou que existia uma ordem da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) para não haver obstrução de pistas, e um grupo de manifestantes ocupou a via S1 da Esplanada dos Ministérios.

Após uma negociação, ainda de acordo com a corporação, “as faixas da direita foram desobstruídas, porém um manifestante voltou a ocupar as vias desobstruídas e incitar outros manifestantes a fazerem o mesmo. Foi solicitado que ele liberasse a via; o manifestante desobedeceu o policial e o empurrou”.

10 imagens
O movimento paredista é contrário ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre validade do pagamento do piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem
A votação do STF encerrou-se na última sexta-feira
Durante o ato, a Polícia Militar do DF (PMDF) usou spray de pimenta para conter os enfermeiros
Um manifestante chegou a ser preso por desacato durante o ato
A PMDF informou que o detido não pertence a nenhum quadro de enfermagem e é morador do Rio Grande do Norte
1 de 10

Enfermeiros realizavam uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (3/7), na Esplanada dos Ministérios

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 10

O movimento paredista é contrário ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre validade do pagamento do piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 10

A votação do STF encerrou-se na última sexta-feira

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 10

Durante o ato, a Polícia Militar do DF (PMDF) usou spray de pimenta para conter os enfermeiros

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 10

Um manifestante chegou a ser preso por desacato durante o ato

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 10

A PMDF informou que o detido não pertence a nenhum quadro de enfermagem e é morador do Rio Grande do Norte

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 10

Após a confusão, os manifestantes seguiram protestando em frente à sede do ministério

Hugo Barreto/Metrópoles
8 de 10

O piso também fica valendo para servidores públicos dos estados e municípios e do Distrito Federal, além dos enfermeiros contratados por entidades privadas que atendam 60% de pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS)

Hugo Barreto/Metrópoles
9 de 10

novo piso para enfermeiros contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750, conforme definido pela Lei nº 14.434

Hugo Barreto/Metrópoles
10 de 10

Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). Pela lei, o piso vale para trabalhadores dos setores público e privado

Hugo Barreto/Metrópoles

 

Ao Metrópoles a diretora do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate), Josy Jacob, criticou a abordagem da PMDF, chamand0-a de covarde. “Os profissionais fazem um ato pacífico. Essa abordagem ocorreu por causa de uma via fechada. Os policiais agrediram, usaram gás de pimenta e detiveram um rapaz. Eles também agrediram ele com violência. Nós temos liberdade de manifestação. Ao nosso ver, a PMDF agiu de forma arbitrária e autoritária. Vamos dar todo o suporte ao manifestante detido.”

A deputada distrital e enfermeira Dayse Amarilio (PSB) disse que vai solicitar que a abordagem seja investigada. “Acreditamos que faltou paciência da polícia. Pelos relatos e imagens, os protestantes se aproximaram de um carro oficial, mas não o atingiram. Foi uma ação truculenta. O colega teve as roupas rasgadas e foi preso. A gente pede que a PMDF ajude a gente a descer com o carro de som para que possamos fazer a nossa assembleia de maneira ordeira e que o movimento seja respeitado”, acrescentou.

Após a confusão, os manifestantes seguiram protestando em frente à sede do ministério. O acesso aos demais prédios da Esplanada ficou bloqueado por PMs por volta das 11h15.

Os enfermeiros estão parados desde quinta-feira (29/6) em protesto contra a decisão do STF (leia mais abaixo). Serviços como vacinação foram afetados com a paralisação.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que “a vacinação voltará gradativamente ao longo desta segunda-feira (3/7)”. “Caso os profissionais retornem aos postos de trabalho, os pontos de vacinação serão atualizados no site da pasta. Vale ressaltar que a greve é nacional e a secretaria se solidariza com o movimento.”

Votação

Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, na noite de sexta-feira (30/6), o julgamento sobre a validade do pagamento do piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem. A maioria dos ministros votou a favor do pagamento conforme a lei para os profissionais que são servidores públicos da União, de autarquias e de fundações públicas federais.

O piso também vale para servidores públicos dos estados e municípios e do Distrito Federal, além dos enfermeiros contratados por entidades privadas que atendam 60% de pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS). Será admitido o pagamento do piso proporcional à jornada.

Houve o impasse na votação para o pagamento aos profissionais celetistas, que trabalham em hospitais privados.

Piso nacional

O novo piso para enfermeiros contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750, conforme definido pela Lei nº 14.434. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). Pela lei, o piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.

No ano passado, o pagamento do piso foi suspenso pelo STF devido à falta de previsão de recursos para garantir o pagamento dos profissionais, mas foi liberado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrir crédito especial para o repasse de R$ 7,3 bilhões para estados e municípios pagarem o piso.

Em maio, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, estabeleceu regras para o pagamento do piso aos profissionais que trabalham no sistema de saúde de estados e municípios nos limites dos valores recebidos pelo governo federal. Na semana passada, o caso voltou a ser julgado após dois pedidos de vista diante de divergências apresentadas pelos ministros em relação à operacionalização do pagamento.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?