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Manifestante chora para general Braga Netto em Brasília: “A gente tá na chuva”

Bolsonarista chora em conversa com general ao relatar condições enfrentadas por manifestantes em ato antidemocrático em Brasília

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Manifestantes sentados enrolados na bandeira do Brasil
1 de 1 Manifestantes sentados enrolados na bandeira do Brasil - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Uma manifestante bolsonarista chorou, ao dizer para o general Walter Braga Netto, que está enfrentando chuva e sol em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Em conversa com o ex-ministro da Defesa, a mulher desabafou e ouviu um pedido do candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro – derrotado nas urnas: “Não perca a fé”. O Ministério Público Federal (MPF) classifica o ato, que ocorre em diversas partes do Brasil, como golpista e ilícito. O órgão cobra respostas da Segurança Pública do Distrito Federal para coibir os protestos antidemocráticos.

Em Brasília, o acampamento está instalado no Setor Militar Urbano (SMU) há mais de duas semanas. O grupo pede “intervenção federal” contra o resultado das eleições, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa contra Jair Bolsonaro (PL) próximo presidente do Brasil. A mulher que chora para Braga Neto reclama: “A gente está na chuva, está no sol, ninguém escuta”.

Assista:

O ex-ministro a consola. “Eu sei, tem que dar um tempo, tá bom? Eu não posso conversar”, diz. A chuva vem castigando os bolsonaristas acampados nos últimos dias. Nesta semana, o temporal destruiu tendas e apavorou quem estava em frente ao QG do Exército, na área militar.

Já em 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, a chuva dispersou os protestos antidemocráticos em Brasília. O deputado distrital Chico Vigilante (PT) ironizou, em discurso na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), os percalços do ato. “Até São Pedro está contra eles. […] Foi uma chuva torrencial que estava caindo só na cabeça dos apoiadores do Capiroto [em referência a Bolsonaro]. Em volta, tudo seco e sol quente”.

Nos grupos de bolsonaristas, há uma certa impaciência por conta da falta de resultado das manifestações. “Sempre tem um evento futuro para esperar. Relatório do Ministério da Defesa, eleição americana, 15/11. Agora é ‘aguarde até o fim de semana’. Joga logo lá na frente, ‘aguarde até o Natal’, aí não precisa ficar trocando toda hora”, desabafou um homem em grupo de manifestantes do Telegram.

Nos primeiros dias de manifestação, havia o pedido dos organizadores para que todos se mobilizassem por 72 horas, pois seria o prazo que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria para reconhecer que “houve fraude nas urnas”, o que não foi comprovado nas diversas auditorias realizadas, inclusive pelas Forças Armadas.

Após o fim do prazo imaginário, novas notícias falsas seguravam os manifestantes no local. Em 7 de novembro, o anúncio do Ministério da Defesa, dessa vez verdadeiro, de que seria divulgado um relatório sobre a fiscalização das urnas deu mais ânimo. O documento saiu dois dias depois. Ele não consegue provar qualquer fraude no processo eleitoral.

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