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Maníaco que matou Letícia e Genir “não se lembra” de outras vítimas

Assassino confesso foi transferido ao DPE nesta terça-feira. Marinésio teria atacado ao menos 10 mulheres, sendo que duas perderam a vida

atualizado

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marinésio, suspeito de matar letícia, funcionaria terceirizada do MEC
1 de 1 marinésio, suspeito de matar letícia, funcionaria terceirizada do MEC - Foto: PCDF/Reprodução

Assassino confesso de duas mulheres nos últimos meses e alvo de denúncias de abusos por parte de pelo menos outras oito vítimas que conseguiram escapar, o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, foi transferido para o Departamento de Polícia Especializada (DPE) na tarde desta terça-feira (27/08/2019). Na quinta (29/08/2019), segundo a Polícia Civil (PCDF), ele deve ser encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda.

Antes de Marinésio ser levado ao DPE, policiais da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) ouviram novamente o homem que admitiu ter matado a funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado, 26, na última sexta-feira (23/08/2019), e a auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47, em 12 de junho.

Segundo o delegado-chefe da 31ª DP, Fabrício Augusto Machado, Marinésio foi questionado sobre as novas denúncias que têm surgido contra ele. O acusado negou ter cometido os demais crimes e alegou que “não se lembra” dessas ocorrências.

“No caso das duas irmãs [que o denunciaram por assédio], ele fala só que deu uma carona, mas não confessou nada. O outro caso [de uma moça que pegou carona com ele na Rodoviária do Plano Piloto], do dia 11 de agosto, ele diz que não se recorda”, comentou o delegado.

Os investigadores aguardam pelos laudos técnicos, que devem ficar prontos na próxima segunda-feira (02/09/2019), para concluir o inquérito e indiciar Marinésio. “Vamos pedir a conversão da prisão temporária em preventiva assim que concluirmos o inquérito “, frisou Machado.

Uma vez que o crime contra Letícia envolveu roubo, o delegado acredita que o cozinheiro será indiciado por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver, e não por feminicídio. Caso a perícia confirme, responderá inclusive por violência sexual e estupro. Contudo, deve ser indiciado também por outros crimes atribuídos a ele recentemente.

Mais denúncias

Até agora, pelo menos oito mulheres acionaram a polícia para denunciar Marinésio: quatro em Planaltina, duas no Paranoá, uma em Vicente Pires e uma no Gama. Porém, todos os casos ainda serão apurados pela PCDF. Não há certeza de que estão relacionados ao cozinheiro, uma vez que, em pelo menos um dos episódios, envolvendo uma adolescente de 17 anos, o carro usado não era a Blazer prata e sim um Prisma vermelho.

Também será investigado o caso de duas irmãs que teriam sido atacadas pelo por Marinésio no sábado (24/08/2019), na Rodoviária de Planaltina, menos de 24 horas após o assassinato da funcionária do MEC.

As jovens contaram que saíam de uma festa na madrugada quando Marinésio ofereceu carona. Elas resolveram aceitar. As denunciantes, de 18 e 21 anos, disseram que começaram a estranhar a situação no momento em que o suspeito passou a fazer trajeto diferente da casa delas, no Bairro Estância II, e foi em direção ao Vale do Amanhecer, onde ele mora. Relataram ainda terem sido assediadas.

 

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Carro usado nos crimes
Blazer prata do ex-cozinheiro foi usada em crimes
Blazer prata também é apontada por vítimas de Marinésio
Objetos de Letícia foram encontrados no carro do suspeito
Relógio de Letícia localizado no veículo do suspeito
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Na primeira condenação, o acusado pegou oito anos

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Carro usado nos crimes

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Blazer prata do ex-cozinheiro foi usada em crimes

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Blazer prata também é apontada por vítimas de Marinésio

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Objetos de Letícia foram encontrados no carro do suspeito

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Genir, vítima do cozinheiro

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Fichário de Letícia achado no automóvel do suspeito

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Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos

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O outro caso foi de uma jovem de 23 anos, abordada na Rodoviária de Planaltina, no dia 11 de agosto, no mesmo modus operandi: oferecia carona ou se passava por loteiro.

A moça de 23 anos também foi à delegacia. Ela contou que esperava o transporte quando Marinésio, desconhecido até então da vítima, parou a sua GM Blazer prata e ofereceu carona. Ao perceber que o homem começou a seguir para o Morro da Capelinha, a mulher entrou em pânico e pediu que o criminoso parasse o veículo. “Agora você vai comigo para lá”, teria dito o acusado, segundo depoimento da jovem.

Ela começou a gritar, dizendo que iria pular do carro. Só então Marinésio resolveu deixá-la sair do automóvel. A vítima conta ainda que não fez registro de ocorrência na ocasião por temer a repercussão do episódio. Após o caso de Letícia vir à tona, reconheceu o acusado e procurou a 31ª DP (Planaltina).

“Graças a Deus, estamos vivas”

Metrópoles localizou as duas irmãs na manhã desta terça-feira (27/08/2019), em Planaltina. “Como estava tarde e não tinha transporte, resolvemos aceitar a carona dele. Estávamos cansadas, voltando de um show, e vimos a oportunidade de chegar logo em casa. Entramos e falamos para onde iríamos. De repente, percebemos que ele mudou o percurso e foi em direção à Rajadinha. Neste momento, me forçou a pegar nas partes íntimas dele. Eu disse que não queria, porque sou casada”, comentou a irmã mais velha.

Foi quando a jovem de 18 anos encontrou uma panela de ferro no banco traseiro da Blazer e disse a Marinésio que quebraria o vidro do carro caso ele não parasse o veículo. “Ele parou e descemos desesperadas. Um outro motorista viu a movimentação e nos trouxe até a porta de casa”, relatou a mais nova.

No domingo (25/08/2019), as meninas viram a imagem do homem nas redes sociais e o reconheceram. “Hoje, agradecemos a Deus por não ter ocorrido com nós duas o mesmo que aconteceu com Letícia. Foi uma sorte. Depois da abordagem, vimos que ele estava com uma cara de ser um homem muito ruim. Graças a Deus, estamos vivas”, salientou uma das denunciantes.

A mãe das jovens também se mostrou aliviada. “Senti uma coisa muito ruim no peito naquela manhã. Coração de mãe não se engana. Estava aflita naquele momento. Penso nisso todos os dias. Hoje, podia ser eu chorando a morte das minhas filhas também. Prestamos os nossos sentimentos à família da Letícia”, disse. Nenhuma das vítimas quis se identificar.

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